sexta-feira, 25 de maio de 2007

Memórias de um ex-soldado

Não é qualquer um que ganha um prêmio Nobel. É necessário muita competência, coisa que Günther Grass tinha e tem de sobra. Mas o que ninguém sabia era que por trás de toda sua crítica ao nazismo, existia um um ex-soldado alemão.
Grass integrou as Waffen SS, forças especiais de Hitler. No entanto, não cometeu nenhum crime. O escritor diz ter se alistado como voluntário por querer fugir de sua casa. Segundo ele, havia pouco espaço na casa dos pais.
O heroísmo também pode ter pesado na decisão de Grass de se apresentar como voluntário. Mas meses depois, o possível sonho - nem ele sabia direito se queria ser herói ou não - de Grass acabou assim que ele se tornou prisioneiro de guerra. Esse fato com certeza contribuiu com as críticas do escritor ao regime nazista, mas ninguém nunca devia ter parado para pensar nisso.
Em sua auto-biografia recém-lançada, Grass assume, depois de muitos anos que fez parte das SS. Muitos dizem que o fato de ele demorar tanto para confessar isso é "marketing", para causar mais espanto em seus leitores e até em seus não-leitores.
Hoje, arrependido, Grass tem o seu prêmio Nobel ameaçado pelo fato de ter integrado as forças nazistas. Fato este que não tira a grandeza de sua obra e não deveria lhe tirar o prêmio também. Afinal, até o Papa Bento XVI já foi nazista, não nas SS é verdade, mas continuará sendo a autoridade máxima da Igreja Católica até a sua morte ou até a descoberta de um escândalo envolvendo seu nome, coisa que ninguém quer que aconteça.

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