sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Para a felicidade...

Dois garotos norte-americanos, com vozes engraçadas e caras de tonto fizeram um certo sucesso nos anos 90/2000 na MTV. Originalmente veiculado na emissora dos EUA, o seriado/desenho foi ao ar em terras brasileiras entre 1999 e 2001.

Beavis e Butthead basicamente peidavam, arrotava, davam risadas idiotas e falavam palavrões. O desenho estava longe de ser algo útil e construtivo, portanto.

O programa contava pequenas histórias altamente inteligentes , nas quais os garotos abusavam de suas dificuldades de relacionamento com todos e de sua, já citada, inteligência.

Um bom exemplo, é o episódio no qual Beavis e Butthead resolvem ficar ricos de uma maneira curiosa: tirando cópias em xerox de dinheiro - entenda cédulas e moedas. Obviamente, o plano não dá certo.

Neste e em todos os outros episódios, além da habitual baboseira, algumas pausas são feitas na história e a cena se move para a sala da casa de um deles. Os dois estão de frente para um aparelho de TV que roda clipes dos mais variados estilos da programação da MTV. Os personagens comentam os vídeos com toda a ênfase de seu gosto musical e seu estilo preferido: Rock'n'Roll.

Isso fica evidente pelos nomes de duas banads que estão estampados nas camisetas usadas pelos garotos em todos os episódios: Metallica e AC/DC.

Coincidentemente, ambas as bandas voltam às terras brasileiras após muitos anos. 27 de novembro e 30 de janeiro são as datas preciosas de vestirmos nossos trajes de Beavis e Butthead e esquecermos nossas vidas, apenas trocando a TV pelo palco.

Tudo isso, para a felicidade dos fãs brasileiros de rock, nas figuras de Beavis e Butthead.

domingo, 18 de outubro de 2009

O fim da confiança provisória

Mantive a minha televisão desligada até a hora em que meu irmão acordou e eu fiz apenas um pedido a ele: "NÃO coloque na Globo, não antes das 14h." Tudo o que eu queria, era não sustentar a tal "mandinga" que mais tarde viraria a chamada "zica", só não para o lado que todos esperavam.

Há 10 minutos da largada, eu estava na Marginal Tietê, em São Paulo, em ritmo de treino, pra fazer volta de poleposition. 14h, quase em ponto, aí sim, a TV estava ligada na Rede Globo.

A corrida tinha tudo pra dar certo. Tinha. Rubens Barrichello largava na primeira posição, enquanto os dois rivais na busca pelo título estavam lá longe, Button em 14º e Vettel em 16º, mas logo na primeira volta, houve uma prévia do que seria o Grande Prêmio do Brasil de 2009.

Adrian Sutil e Jarno Trulli se bateram na pista e quase se bateram fora dela também. Além disso, sobrou para Fernando Alonso, futuro companheiro de Felipe Massa na Ferrari no ano que vem. Com essa brincadeira, Button já estava na 9ª posição quando o Safety Car entrou na pista.

Button atacou, pressionou ultrapassou quem pode e contou com toda a sorte possível - é o que dizem de um campeão, não basta ser bom, sorte também é necessária. Enquanto isso, Barrichello sustentou a primeira posição até ir aos boxes e ser ultrapassado por Marc Webber - com sua vitória minimizada pelo título de Button - e Robert Kubica.

A corrida continuou, o carro do brasileiro só piorava - até o pneu furou - e o título foi ficando cada vez mais distante, ao mesmo tempo que Galvão Bueno colocava fogo em cada ultrapassagem que Jenson Button fazia, torcendo para que algum piloto o tirasse da prova.

A vontade de Galvão não foi realizada. Ele foi obrigado a narrar o título do inglês e a frustração de Rubens Barrichello e do povo brasileiro. Dessa vez, pareciam acreditar nele, mas montagens, piadas e tweets maldosos estão a caminho, pondo um fim à confiança provisória, adquirida no final do campeonato, apenas.

O azar brasileiro foi grande (de novo, basta lembrar do último ano com Felipe Massa) e só restou a Rubens emprestar o seu jato para Button ir comemorar o título na Inglaterra. Agora, basta esperar pelo ano que vem, com Barrichello pela Williams e Massa pela Ferrari.

Só não podemos esperar pela "zica", de novo e nem confiar provisoriamente, de novo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Medo

(conselho pré-leitura: leia em voz alta)

Todos nós o temos. Medo de barata, medo de fantasma, medo de escuro. Do passado, do presente e do futuro.

Medo de tentar, medo de arriscar. Medo de acertar e de errar. Medo de andar, tropeçar, cair e se levantar.

O chão é mais cômodo, mais fácil, mais parado, menos intenso. Ou seria mais incômodo e tenso?

Também temos medo da morte e da má sorte. Da inconveniente gripe forte, da doença que nos assola e nos adoece. Com a qual a televisão enriquece e o amigo perece.

Temos medo de investir, medo de sair, medo de ficar e medo de desistir.

Somos medrosos pela própria natureza, por pura realeza.

Temos medo, aliás, da feiúra e da beleza. Da alegria e da tristeza, da dúvida e da certeza.

Mas nem temos tal certeza se temos esse medo todo. nem paramos pra pensar, pois também temos medo. De ser e de estar.

De nós mesmos, de não ver, de não ter e de não ser. E se você não for, quem deveria ser? Até disso temos medo, de perder e de vencer.

Finalmente, além do medo, há a coragem dentro de cada. E o nosso último medo é ter medo até de não ter medo de nada. Temos medo de ter medo, temos medo de ter coragem.

Depois de tantos medos, o que faremos então?

Nada não.

Temos medo de fazer. E se algo acontecer? O medo só vai aumentar e tudo vai acabar.

Menos esse texto, de medos infinitos, muitos mitos e nenhum contexto.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

For those about to rock...

O trem do rock'n'roll começou a ser formar e com pessoas, por enquanto. É o primeiro dia, primeiras horas, pra ser mais exato, da venda dos ingressos para o show dos australianos do AC/DC.

Ouvi um cara dizer que chegou as 4 da manhã e foi o quarto da fila - a bilheteria da FNAC Pinheiros abria as 10h. Essa foi a hora em que eu cheguei. Desmarquei 3 aulas a serem dadas, já que meio-dia eu ainda estava na fila, e do lado de fora.

Fila, esta, na qual fiquei até às 13h40, horário em que saí com meu querido ingresso, meia entrada, em mãos.

Saí sim. Mas o trem continuou. Continua, aliás, até agora, 20h. O trem de verdade chega em novembro e a fila no estádio do Morumbi será apenas o primeiro vagão.

Todos a bordo do trem do rock'n'roll. Desde agora, a todo vapor. Para aqueles que vão ao show,

...saudações!

NOTA: esse texto foi escrito no dia 1º de outubro, durante o dia e os ingressos acabaram no dia 2. Basta aguardar o 27/11 agora.

A Rosa

Do décimo nono andar, do número 251, da Avenida Dr. Arnaldo, paro em frente à janela. Tudo é pequeno daqui de cima, árvores, casas e carros, inclusive o meu.

Após 21 anos, vejo como a vida é preciosa, grande, diferentemente de tudo que está lá embaixo. Meu carro, com uns 3 anos de idade, que me desculpe.

Uma Rosa de 78 anos de idade é o centro das atenções no momento. Como uma flor no jardim em que vivia, até algumas semanas atrás.

O melhor dos tempos, a ser valorizado pra sempre. E que continua.

Pois o choro da rosa, que jamais perecerá, está para chegar ao fim. Ao mesmo tempo, suas pétalas caem, mas suas raízes são imortais.

No fundo, a Rosa não dos deixará, mesmo em seu descanso. Em paz.

NOTA: texto póstumo, em homenagem à Dona Rosa, avó da minha namorada, Giovanna. (minha avó, em certo ponto.) Descanse em paz.

E, por direito, nada se saberá

Várias e várias greves. Nos correios, nos bancos, nas universidades e em outros lugares. Em todos os setores da sociedade, há greves. Normalmente, em prol da classe trabalhadora. Redução de jornadas, aumento de salários e remunerações são algumas das reivindicações.

Com greve, tudo se consegue. Ou quase. Universitários e bancários colocam, pelo menos, uma paralisação no calendário anual. Independentemente da classe trabalhadora, a greve serve para que a população se perca. Mais do que isso, a população se irrita, mas nada faz.

Já o jornalista, tem o mero dever de informar, mas se passa por vilão em várias vezes. Apenas o fato de citar a extensão de uma greve faz com que a população se irrite novamente; mais com o pobre do jornalista do que com a greve.

Revolta por revolta, a vida do jornalista é baseada nela. Aliás, a vida do jornalista é uma destas, e das constantes. A revolta causa notícias e as notícias causam revolta. A revolta causa a greve e a greve causa revolta.

O jornalista não tem o direito de ser revoltar, apenas de informar. Tampouco, tem o direito à greve, direito a uma manifestação maior do que aquela, contra a não-necessidade do diploma para que a profissão seja exercida.

Basta imaginar uma banca de jornais vazia, sem revistas, jornais ou qualquer veículo jornalístico. Uma rede de televisão sem jornais ou boletins de notícias. A Internet sem blogs e portais informativos.

O mundo continuaria a girar e ninguém saberia de nada. Nem da greve dos jornalistas, aliás.

Não há notícias.

O país da febre

Antes de mais nada, não, não é uma epidemia nova.

Tudo nesse país é momentâneo. A mídia faz tudo virar febre, mas não por muito tempo. O brasileiro vê alguma coisa na tv ou na Internet e acha o máximo. Consequentemente, vai fundo nessa coisa, sem ligar muito para o quê ela realmente é, ou para o quê realmente serve.

No ano de 2000, eu estava na minha querida sexta série do ensino fundamental. Na época, era lindo usar cabelos arrepiados, roupas coloridas, florescentes, pra ser mais preciso. Eram os chamados "clubbers". Meninos e meninas chegavam na porta das escolas, brilhando mais do que vagalume em blecaute. Wow.

Alguns anos depois, a moda passou e outras vieram. Vou destacar uma só, a mais evidente de todas no momento: os chamados "emos". Igualmente coloridos, não tão florescentes, mas igualmente excêntricos também. Não sei se chegam na porta das escolas, mas lotam shoppings e bares de São Paulo.

Em alguns anos, teremos algo diferente, com certeza absoluta. Talvez o funk tenha um boom novo, com os milhões de bondes (re)surgindo. (Imparcialidade off: espero que não, mesmo). Na grande rede de computadores, vulgarmente conhecida como Internet, não poderia ser diferente, é claro.

Como eram bons os tempos do ICQ, quando digitávamos e fazia barulho a cada dedada no teclado. Quando ouvíamos um barulho simpático e impossível de não ser reconhecido ao recebermos uma simples mensagem.

Passou-se o tempo, e a Microsoft veio com um tal de MSN Messenger - Windows Live Messenger, hoje - que dava a possibilidade de fotos, conversas por webcam, mas não tinha o mesmo barulhinho legal do ICQ e nem o recurso "mensagem offline", coisas que foram corrigidas, já que hoje em dia os "barulhinhos do MSN" são customizáveis e é possível trabalhar com mensagens offline e até por celular.

De repente, todo mundo tinha MSN, tinha deixado o ICQ de lado e queria aparecer mais. Mais fotos, mais textos. Então, todos tinham blogs e fotologs (desde então eu tenho blog). Ninguém sabia bem para que eles serviam, mas todo mundo tinha. Postava fotos nos blogs e textos nos fotologs.

Até que um tal cara turco que, até então, ninguém sabia da existência e hoje é um dos nomes mais falados no mundo - pelo menos era, há até uns meses atrás. É, esse mesmo, o chamado Orkut. Ao acessarmos a página demográfica do site, os resultados eram incríveis: 50% dos usuários eram brasileiros. Hoje, a Índia vem crescendo nesse número (está com 20%) e já passou os EUA, na terceira posição agora.

Era uma comunidade virtual sensacional. Milhões de recursos diferentes, fotos, textos, comunidades de ideais comuns e muita outras coisas. No entanto, o mais legal de todos, para muitos, que era o de cuidar da vida dos outros, ganhou um bloqueio, um filtro. E o senhor turco perdeu as forças no Brasil.

Foi usada a expressão "meses atrás" ao se falar do Orkut e não é a toa. Hoje em dia, o nome mais falado nas rodas de amigos quando o papo é Internet, é, obviamente, o Twitter. Todo mundo tem e ninguém sabe direito qual a finalidade, novamente. Foi um crescimento de mais de 1000% (O.O) desde o ano passado mas... e daí?

Até a epidemia de gripe suína acabou, milagrosamente. E é como a sua mãe te dizia quando você era pequeno, "essa febre vai passar logo logo"...

NOTA: este blog está de volta, mesmo sendo uma febre que já passou...ou não

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A carta que ninguém conhece

- Sim, pegarei minha caravela e rumarei pelo mar com a minha esquadra.

Passarei meses nos mares, enfrentarei tempestades e, mesmo que perca alguns homens, seguirei em frente.

Mas para onde irei?

Penso em procurar uma terra bonita, nova. Algo como uma Terra prometida. Um lugar perfeito, diferente de tudo que a Europa já viu até hoje. Tão diferente, que todos vão querer ir para lá no futuro. Todos serão felizes na minha terra.

Em meados de abril, quando eu aportar em algum pedaço de continente, este vai ser o meu paraíso. Anseio loucamente por gritar: "Terra à vista!" Estou a ensaiar, inclusive.

Gostaria que os habitantes daquela terra - a qual eu ainda nem conheço e nem sei se existe - fossem diferentes. Estou cansado da face européia das pessoas. No entanto, seria ótimo "construir" um descendente por lá, mestiço.

Escolherei a minha esposa a dedo, depois de muito avaliar e experimentar, talvez. Afinal, eu gostaria que todas as mulheres andassem nuas e que eu as pudesse apreciar, sem moderação alguma.

Faremos amizade com as pessoas daquela terra e alguns até vão trabalhar conosco, de tão competentes. Traremos muitas histórias para contar, muitos presentes - conseguidos por meio de trocas, já que lá não haverá moeda corrente - e uma carta, assim como essa.

Tem tudo anotado aí, senhor escrivão?

- Sim, capitão.

- Então envie esta carta para o rei e diga que rumaremos para numa nova terra.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Somente o necessário

necessário: adj. 1. Indispensável, imprescindível. 2. Forçoso, inevitável. 3. Que deve ser feito, cumprido. 4. Aquilo que é necessário.

Para alguns, o amor é necessário.
Para muitos, ele nem existe.

O clichê máximo dos livros de poesia é dizer que só não acredita no amor quem ainda não o sentiu.
Se é tão clichê, tem que ter alguma fundamentação. Se todo mundo diz, algum motivo tem. Se todo mundo acredita, deve ser verdade.

Há, ainda, aqueles que acreditam no amor, sim, mas por tempo determinado. Em certa hora, deixam de acreditar e desistem de pensar nele, desistem de tentar provar o contrário. Se entregam à vida, indispostos a se apaixonarem.

Como se estes aí citados pudessem mandar em alguma coisa. Tsc. O medo de amar não é maior que o amor, em si, em seu estado maior. Em seu estado quando necessário. Em seu estado em que deixa de ser um substantivo abstrato e passa a ser algo concreto e palpável.

É quando o amor se materializa, em alguém indispensável e imprescindível. Necessário e existente.

Você.

sábado, 18 de abril de 2009

Culto

Tento escrever textos cultos, mas só saem textos longos.

Textos em que só cultuo a cultura, mas sem cultismo aparente.

Tudo oculto.

O feriado nosso de cada dia

"Temos nosso próprio tempo", como disse Renato Russo, há alguns anos atrás. Há tempos, não temos mais todo o tempo do mundo, mas, ainda, temos todos os sonhos.

Há tempos, tínhamos o nosso próprio tempo, o tempo para nós. Hoje, temos tudo, menos o tempo. Trabalhamos, estudamos, pagamos contas, brigamos pelos nossos direitos e cuidamos da nossa vida, inclusive. Mesmo sendo tão jovens.

Às vezes, nos pegamos num mundo paralelo, em Alfa. Um mundo distante, tão distante, que nem existe. Apenas fitamos os olhos em algum lugar, sem motivo, sem pensamentos aparentes e sem tempo corrente. Sem tempo contado, um mundo onde toda informação é entrópica.

Cada minuto em mundos de Alfa, Beta ou Gama, deve ser valorizado, pois há o equilíbrio, não há informações. Mas nem só de desvios oculares vive a existência, ou não, de nossos pensamentos.

Em momentos em que fechamos os olhos e sonhamos, entramos em um outro estado de espírito. Entramos em um feriado mental, um estado de folga, de descanso, de relaxamento. Em que tentamos resgatar, ou pelo menos conservar, o tempo perdido.

E a cada dia em que entramos num feriado mental, queremos outro real. Só precisamos de tempo. Do tempo que, há tempos, não temos. O tempo passa e continuamos esperando por feriados.

Vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo.

Explicitamente tácito

Tudo aquilo que nos é explicado, recebe o nome de explícito. Aquilo que aprendemos "via" outra pessoa, "via" alguém mais experiente, por meio de uma explicação.

E, por falar em experiência - o substantivo, desta vez - é dela que vem o conhecimento tácito. Aquele que é tido pela troca de ideias e ideais entre as pessoas. Aquele adquirido com a vivência e, em muitos casos, com a convivência.

Temos nossas próprias experiências e ouvimos as dos outros, portanto. Sabemos o que é fácil e o que é difícil por meio de empirismo e provas ou por meio do nosso querido senso comum.

E, através deste aí, é que viramos a mesa. Tornamos tudo explícito, de acordo com o nosso conhecimento, vivência e troca de experiências. Trata-se de uma transformação do tácito para o explícito. Mas não é bem isso que vivemos o tempo todo.

Um paradoxo. A antítese das antíteses. O dilema dos enigmas. O teorema sem demonstração. O desafio à filosofia. A dúvida da humanidade. O explícito e o tácito, como no título. Como na vida.

Aquilo que é o bom e o ruim ao mesmo tempo, que faz com que tudo seja bilateral. O tudo e o nada. O conhecimento e a ignorância. A crítica e o elogio.

Tudo ao mesmo tempo, fora de nosso controle. Muito além do que podemos imaginar e muito aquém também. O entendimento e o desentendimento. Na verdade, apenas o não-entendimento.

É. Há coisas que nunca vamos entender, mas sempre vamos amar de maneira explícita. Explicitamente tácita.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Conversa de bar

Dois amigos conversavam no momento em que um palito de dente se quebrou em duas partes, uma menor e outra maior. De modo que ambas se achavam a maior.

Mas antes disso, as duas pontas viviam em harmonia. Unidas, viviam aproveitando todos os momentos ao máximo. Porém, as duas não conversavam muito sobre as situações ruins, pois pensavam que estariam sempre juntas, num só palito e que as tais situações passariam, eventualmente. No entanto, a resistência do palito era mais baixa do que parecia e este, então, quebrou.

Ambas as pontas se sentiam com a razão e nenhuma cedia a outra como errada. Aconteceu então de uma delas ter sido arrastada para dentro de um copo de chopp, tipo tulipa, daqueles com o fundo difícil de ser alcançado. O palito quebrado era agora, além disso, um palito com as duas pontas distantes uma da outra.

A ponta no fundo do copo sofria enquanto se afogava num resto de Coca-Cola e a ponta do lado de fora apenas olhava, até não aguentar mais e se jogar também. A tulipa agora continha as duas pontas de palito, quebrado, que, agora, discutiam a sua relação enquanto separadas.

Palavras vem e palavras vão, enquanto a boca do copo parece estar mais distante das duas pontas distantes em ideias. E, depois de muitas conversas e argumentos repetidos, vem o consenso e a ideia em comum: as pontas resolvem se ajudar.

E se juntam.

A saída fica então mais próxima e o palito, agora reconstruído, foge de dentro da tulipa. Este, agora em equilibrio na boca do copo, enxerga o fundo distante e a queda é impossível. A harmonia é novamente alcançada e o laço é refeito, assim como o palito está novamente integrado.

Ambas as partes agora são só uma, por motivo único: souberam conversar e se ajudar. Sozinhas, a saída era distante. Juntas, ficaram visíveis, de modo a conseguirem escapar. Nem sempre o palitinho menor ganha o jogo. O palito unido venceu.

Os amigos foram embora do bar, mas a conversa continuou.

ps.: Texto para um amigo negro (como prometido! LOL)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Essa mesmo

Aquela chuva maldita, que me fez parabenizar a Citroen pelo fato do C3 ser um barco, além de um carro.
Aquela poça d'água, que era praticamente um lago na verdade.
Aquela música, que eu ouvia todo dia e me dizia algo que eu nem sabia.

Aquela menina que se sentou ao meu lado e dormiu.
Que eu olhava o tempo inteiro, tentando ser discreto, em vão.
Que eu só imaginava a possibilidade de haver alguma coisa.
Aquela mesmo, que eu namoro agora.

Que eu ofereci carona numa quinta-feira.
E em outra.
E em outra.
Até que, em uma...quarta-feira...aconteceu.
O que acontece agora, e vai continuar acontecendo.

Aquela menina?
Essa mesmo.

Parecia inofensiva, só parecia.
E viva a Citroen.