sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O país da febre

Antes de mais nada, não, não é uma epidemia nova.

Tudo nesse país é momentâneo. A mídia faz tudo virar febre, mas não por muito tempo. O brasileiro vê alguma coisa na tv ou na Internet e acha o máximo. Consequentemente, vai fundo nessa coisa, sem ligar muito para o quê ela realmente é, ou para o quê realmente serve.

No ano de 2000, eu estava na minha querida sexta série do ensino fundamental. Na época, era lindo usar cabelos arrepiados, roupas coloridas, florescentes, pra ser mais preciso. Eram os chamados "clubbers". Meninos e meninas chegavam na porta das escolas, brilhando mais do que vagalume em blecaute. Wow.

Alguns anos depois, a moda passou e outras vieram. Vou destacar uma só, a mais evidente de todas no momento: os chamados "emos". Igualmente coloridos, não tão florescentes, mas igualmente excêntricos também. Não sei se chegam na porta das escolas, mas lotam shoppings e bares de São Paulo.

Em alguns anos, teremos algo diferente, com certeza absoluta. Talvez o funk tenha um boom novo, com os milhões de bondes (re)surgindo. (Imparcialidade off: espero que não, mesmo). Na grande rede de computadores, vulgarmente conhecida como Internet, não poderia ser diferente, é claro.

Como eram bons os tempos do ICQ, quando digitávamos e fazia barulho a cada dedada no teclado. Quando ouvíamos um barulho simpático e impossível de não ser reconhecido ao recebermos uma simples mensagem.

Passou-se o tempo, e a Microsoft veio com um tal de MSN Messenger - Windows Live Messenger, hoje - que dava a possibilidade de fotos, conversas por webcam, mas não tinha o mesmo barulhinho legal do ICQ e nem o recurso "mensagem offline", coisas que foram corrigidas, já que hoje em dia os "barulhinhos do MSN" são customizáveis e é possível trabalhar com mensagens offline e até por celular.

De repente, todo mundo tinha MSN, tinha deixado o ICQ de lado e queria aparecer mais. Mais fotos, mais textos. Então, todos tinham blogs e fotologs (desde então eu tenho blog). Ninguém sabia bem para que eles serviam, mas todo mundo tinha. Postava fotos nos blogs e textos nos fotologs.

Até que um tal cara turco que, até então, ninguém sabia da existência e hoje é um dos nomes mais falados no mundo - pelo menos era, há até uns meses atrás. É, esse mesmo, o chamado Orkut. Ao acessarmos a página demográfica do site, os resultados eram incríveis: 50% dos usuários eram brasileiros. Hoje, a Índia vem crescendo nesse número (está com 20%) e já passou os EUA, na terceira posição agora.

Era uma comunidade virtual sensacional. Milhões de recursos diferentes, fotos, textos, comunidades de ideais comuns e muita outras coisas. No entanto, o mais legal de todos, para muitos, que era o de cuidar da vida dos outros, ganhou um bloqueio, um filtro. E o senhor turco perdeu as forças no Brasil.

Foi usada a expressão "meses atrás" ao se falar do Orkut e não é a toa. Hoje em dia, o nome mais falado nas rodas de amigos quando o papo é Internet, é, obviamente, o Twitter. Todo mundo tem e ninguém sabe direito qual a finalidade, novamente. Foi um crescimento de mais de 1000% (O.O) desde o ano passado mas... e daí?

Até a epidemia de gripe suína acabou, milagrosamente. E é como a sua mãe te dizia quando você era pequeno, "essa febre vai passar logo logo"...

NOTA: este blog está de volta, mesmo sendo uma febre que já passou...ou não

2 comentários:

Bari disse...

Eu avisei que essa gripe era fake, mas ninguem concordou com um universitário, preferiram escutar o comitê de saúde da ONU! Pobre humanos!!! ps - Como diferenciar um Clubber de um Emo?

Apostolo disse...

Clubbers e emos não coexistem, pois todos clubbers viraram emos, etodos emos estão virando raveiros