quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pegue o pombo!

O final da temporada de 2008 da Fórmula 1 se aproxima. A última corrida tem endereço: Avenida Senador Teotônio Vilela, 261. O lugar recebe o nome de "Autódromo José Carlos Pace", mas é carinhosamente conhecido como Autódromo de Interlagos.

O britânico Lewis Hamilton tem 94 pontos. Sete a mais que o brasileiro Felipe Massa, segundo colocado no mundial. A torcida brasileira, que agora só pode (praticamente) comprar ingressos com cambistas, pelo belo preço de 1000 reais, espera que o piloto da Ferrari quebre o jejum do nosso país sem títulos.

Felipe fez a pole-position na corrida da Teotônio Vilela do ano passado, mas não ganhou. Neste final de semana, a história tem que ser diferente se o brasileiro quiser o título: ele tem que vencer e Hamilton tem que chegar pelo menos no sexto lugar, ou ficar em segundo, se o britânico não marcar pontos.

O povo brasileiro torce por Massa e enxerga possibilidades para que o brasileiro leve o título. Poderia ser dito que "pede-se uma mãozinha". Há ideias para que alguém bata em Lewis Hamilton e Felipe vença com tranquilidade, sem pensar no britânico. Nomes ditos são o do polonês Robert Kubica, do finlandês Kimi Raikkonen, companheiro de Massa na Ferrari e, por último mas não menos importante, de Rubens Barrichello.

Rubinho se diz um piloto azarado e, de fato, é. Se ele é bom ou não, ninguém sabe, ou pelo menos ninguém tem a devida certeza. Mas pode-se dizer que o brasileiro é portador nato de má sorte. Vale lembrar que, azarado por azarado, Hamilton também foi no ano passado, ao perder o título para Raikkonen na última corrida.

Ninguém sabe de que lado vai estar a sorte, e nem quer saber quem vai ser o responsável pelo azar de Lewis Hamilton. No entanto, o interesse do povo brasileiro é duplo, apenas: que Felipe Massa seja campeão e que peguem o pombo!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

¡Viva!

O ser humano constantemente sente saudade de tudo. Sempre reclama daquilo que se foi e diz que o que virá jamais será como foi. Nós, brasileiros, somos privilegiados. Temos até uma palavra a mais pra reclamar de tudo isso: saudade.

Em algumas outras línguas, há um sinônimo que diz mais respeito à nostalgia do que à saudade, em si. Mas enfim, entende-se perfeitamente o que se quer, sempre. Entender é fácil, só não é fácil sentir. Só que esse texto é menos pessoal do que parece.

A minha nostalgia dos últimos dias me levou um pouco além do metal melódico e da vontade de deixar o cabelo crescer outra vez. Bons tempos aqueles em que nem todos tinham um acesso constante à Internet. Em que nós, mortais, usávamos a boa e velha conexão discada.

Era a era do bate-papo. A era de mentir a idade, entrar nas salas de idade mais avançada e ficar tcndo com as pessoas, sem motivo e sem assunto. Era a era dos downloads raçudos, comemorados quando alcançavam 6 kbps. Era.

Os tempos mudaram e, hoje, me sinto submetido à mesma era. Sem aviso, agora sou obrigado a usar provedor. Ok, isso já estava previsto há meses. O problema é que eu já usava provedor. Viva la Telefonica!

Os brasileiros, quero dizer os bots do departamento de suporte técnico, devem gostar de receber ligações de pessoas reclamando, procurando explicações. Por que a conexão fica lenta do nada? Por que eu não consigo conectar mais, sem motivo?

Pobres robôs que atendem os telefones. Enquanto não temos atendentes disponíveis, eles levam a culpa por nunca saberem informar nada e sim por apenas direcionarem todo mundo com uma frase igual em todo fim de história, independentemente dos números que você aperta: "aguarde um instante".

De volta aos velhos tempos da conexão semi-discada, estamos submetidos aos bots que nada fazem a não ser pedir para que o povo espere. Espere o quê?! Uma nova era? Vamos esperar informações vindas de uma das maiores empresas de comunicação do país.

Um viva parcial à tecnologia.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Revolução passo a passo

A cada segundo o dólar está em um valor diferente. O mundo teme a crise econômica. Todos se desfazem de suas ações e de seus bens, com medo. Ninguém sabe o que o próximo passo reserva, em termos economicos. São passos e passos, de uma vez só. Uma caminhada que ninguém sabe aonde vai dar.

Da mesma maneira que o valor do dólar, o nosso humor muda rapidamente. Damos mais ou menos valor a certas coisas, de acordo com o que sentimos, ou de acordo com o que não sentimos. Deixamos de fazer muitas coisas pra fazermos outras. É tudo uma questão de prioridade. É uma questão de dar um passo de cada vez.

Temos um problema, no entanto. Em vez de andar, todo mundo só quer correr. Espera-se que tudo se resolva da noite pro dia, do dia pra noite, de acordo com a velocidade que cada um quer. Portanto, queremos diferentes velocidades de resolução para uma mesma coisa, às vezes.

Ninguém entende que a nossa velocidade é uma e a do mundo é outra. Não adianta acelerar mais do que se deve. Não somos hamsters e o mundo não é uma roda. Somos humanos e a Terra está bem firme, sim. De nada adianta correr em vão.

De nada adianta que se faça uma revolução, sem que se saiba o porquê da mesma. Que façamos uma revolução a cada passo, dando um passo de cada vez, passo a passo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Uma nova ideia

Nossa querida e (nem) tão amada língua portuguesa está de cara nova. Nosso querido e (nem) tão amado presidente assinou uma lei que muda algumas coisas na nossa ortografia, esta sim, não amada. Ainda mais agora.

"Palavras paroxítonas terminadas em ditongo aberto recebem acento." Recebiam. A idéia agora é apenas uma ideia e a jibóia deixou de ser jibóia. Agora é apenas uma jiboia.

De agora em diante, as pessoas leem, veem e creem, já que o "EE" não recebe mais acento. Além disso, a mulher grávida vai ter que se acostumar a uma sensação totalmente nova durante a gestação: o enjoo, pois o enjôo já não mais existe.

Estes são apenas alguns exemplos da nossa nova ortografia, que tem a mudança prevista para ser gradual, de acordo com o costume da população. Espera-se que a vitoria seja obtida em 2010.

A medida foi tomada para que ficássemos mais perto dos países lusófonos da África portuguesa, Timor Leste, Macau e da nossa metrópole linguística, Portugal. Aliás, o trema também não existe mais, como já era anunciado há um certo tempo. Pobre da lingüística.

Voltamos, portanto, aos tempos de colônia (ou colonia?!). Queremos proximidade à metrópole. Nossa língua está de cara nova, mas a voz ainda é a mesma. Por enquanto, o pá.