quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Transitando

Todos os encontros, todos os poemas, todo ser humano. Tudo pode ser inspiração. Causa ou consequência. Proposital ou por experiência.

O trânsito estressa. É a hora em que tudo passa pela cabeça, e o tempo tembém passa. As motos passam. Os carros não passam. O stress também não.

E a inspiração até vem. Tímida, mas vem. Devagar, sem muita objetividade, ela chega, da mesma maneira que o carro ao lado, como não quer nada.

Quem pega trânsito pode se estressar, mas também pode aproveitar. As mulheres retocam a maquiagem. Os homens fazem ligações. Eu escrevo. Como o ilegal é legal.

Há conhecidos que se encontram e desconhecidos que se conhecem. Nada como a simpatia do brasileiro e... lá está a CET.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Cordas

Ele era um menino criado no campo. Ela era uma nenina da cidade, de família. O destino dos dois se cruzou na música. Ela cantava e ele tocava o violão que ganhara do pai, como lembrança única de seu falecimento.

Se conheceram, brigaram, fizeram música, brigaram, se casaram, e ela faleceu.

Por trás de todas as fotos e objetos, estava a voz dela que, combinada ao violão do pai, formava a música que tanto valorizava e que agora lhe fazia falta.

Foi, então, a vez dele de falecer, alguns meses depois dela. As cordas (do violão) não faziam mais sentido sem as cordas (vocais). Assim se acabaram os acordes, e o amor continuou, atado.