quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Descanso para o bom velhinho

Muitos julgam o Natal como sendo o ápice do capitalismo, onde todo mundo faz rushes desesperados em busca de presentes pra todos. Os preços sobem, tudo vende muito, tudo fica raro. As ruas ficam intransitáveis. Do mesmo jeito que as calçadas, as galerias, os shoppings e os estacionamentos de shoppings, principalmente.

O (in)consciente coletivo faz todo mundo fazer a mesma coisa ao mesmo tempo. Em tempos natalinos então, nem se fala. Fui tentar fugir do trânsito de uma avenida de Osasco passando por um estacionamento de shopping pra evitar os semáforos. Acontece que todo mundo deve ter resolvido fazer isso, sem contar a galera que já estava saindo das compras de Natal. Resultado: trânsito no estacionamento do shopping - e eu nem estava procurando uma vaga.

Mais tarde, deixei a minha parte paulistana falar mais alto e fui pra um shopping da cidade. Numa noite que antecede o Natal em 5 dias, o que mais esperar? Trânsito, no estacionamento. Incrivelmente, a insuperável - e sempre intransitável, juntamente com a Tietê - Marginal Pinheiros estava relativamente fluindo, pelo menos no pequeno trecho em que a usei. Doce ilusão de que o tráfego no shopping Villa-Lobos seria igual.

Malandro que sou (rs), como sempre costumo fazer ao ver os shoppings cheios, fui até o canto mais oculto do estacionamento, o terceiro subsolo. Só que, mais uma vez, o (in)consciente coletivo atacou. "Aproximadamente todo mundo" estava no maldito canto outrora oculto do shopping. E se aquele era o canto oculto, imaginemos o resto dos cantos.

Temos duas opções: ou os outros dois subsolos estavam absurdamente lotados pra todo mundo ir pro terceiro, ou todos resolveram ir pro terceiro pra serem malandros, que nem eu tentei ser. Humanos, tsc. Sempre desperdiçando sua malandragem à toa. Enfim, custei a achar uma vaga, mas achei. Tudo isso pra comprar presentes pra família, pra aquilo que chamamos de "amigo secreto" - ou oculto.

Dentro do shopping, não poderia ser diferente. Gente por todos os lados, todas as lojas cheias, todo mundo ocupado. Todo mundo atrás do presente perfeito, seja lá pra quem fosse esse tal presente. Andei bastante e comprei (quase) tudo o que tinha que comprar. Cansado, fui embora depois de me perder no estacionamento procurando meu carro.

Ainda bem que tudo isso acontece só uma vez por ano. Shoppings fazendo hora extra, clientes fazendo hora extra pra aproveitar a hora extra do shopping - o Shopping Morumbi está fechando nesse momento, às 2h00 - e toda aquela correria. Agora, um dia de descanso depois de dois dias de correria atrás de presentes, dia que eu encaro como preparação para o último dia de correria, que promete ser ainda mais intenso.

Reza a lenda de que o bom velhinho, aquele conhecido como Papai Noel tem uma fábrica em sua "casa", seja lá onde ela for, na Islândia, na Suécia, na Finlândia, no Pólo Norte (tivemos uma disputa recente pelo patriamento do velho) ou enfim, na casa do caralho. Ainda bem que ele tem essa fábrica.

Se ele não tivesse, além dos clientes habituais fazendo hora extra por aí pra comprar os presentes, teríamos aqueles duendes simpáticos em todas as lojas comprando tudo pra levar pro velho Noel embrulhar e distribuir.

Ô vida dura aquele velho tem. Descansa 364 dias no ano, não precisa fazer correria em shopping atrás de presentes, não enfrenta trânsito de trenós no céu, não procura vagas pra parar as renas em lugar nenhum... É, algum velho precisa descansar, parar de reclamar e não é o grande Santa Claus.

Um comentário:

Anônimo disse...

note...o vila lobos já é um inferno em epocas normais!

até o estacionamento vip foi aberto para os pobres mortais ampliando o numero de vagas de quase nenhuma para muito poucas!