sábado, 20 de outubro de 2007

Brasil e Brasil

"Queremos raça!" - A torcida vaia.

Gol.

"Ah, sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!" - A torcida comemora.

Ser patriota no país do futebol não é fácil. O conceito de patriotismo por aqui só é lembrado quando tem jogo da seleção brasileira de futebol, isso porque os outros esportes não tem taaanta torcida assim.

Tempo de Copa do Mundo é tempo de vestir a amarelinha pelas ruas. Tempo de colocar bandeiras nas janelas e varandas. Tempo de esquecer a miséria e os infortúnios. Tempo de torcer. Tempo de ser patriota.

Atualmente, estamos em tempos de eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, Hoje, 85000 pessoas foram ao Maracanã ver os nossos 11 cidadãos mais conhecidos e mais importantes em ação. O futuro do país estava nos pés deles.

Sim, obtivemos êxito: uma vitória por 5 gols a zero sobre o frágil Equador, pouco falado na América do Sul - nem membros do Mercosul eles são, coitados. Frágeis que são, ocupam a última colocação nas eliminatórias. O povo deve sentir vergonha de seu país.

Imaginemos o contrário: o Brasil todo poderoso, cujo povo tem orgulho da nação, na última colocação das eliminatórias. Sem dúvida, estaríamos em crise.

Crise da aviação? Bobagem.

Quem ligaria pra isso? Quem sentiria vergonha disso?

A grande vergonha do brasileiro seria estar a seis pontos de distância e na ponta oposta da tabela em relação à Argentina.

A torcida sentada vaia o time no campo.

O povo, de cabelos em pé, senta e assiste o país se mexer sem sair do lugar.

Patriotas que somos, vaiamos o time e assistimos o país. Dois Brasis diferentes, dois países diferentes. Temos orgulho de um e xingamos o outro.

Não é incomum ver gente reclamando de tudo por aí sem mexer uma palha pra mudar. "Esse país é um lixo, não tem mais solução de jeito nenhum." Antes se calar e não fazer do que reclamar e não fazer.

Fazer, fazer e fazer. Não é tempo de fazer. É tempo de ser patriota, é tempo de torcer!

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