sábado, 25 de agosto de 2007

História matinal

Uma moça demora a levantar da cama numa quinta-feira de manhã. Toma seu remédio anti-bronquite e pensa duas vezes antes de ir à academia.

Faz frio lá fora, apesar do sol. O caminho é reto, fácil, porém longo. E mesmo sendo longo, a moça resolve prolongá-lo ainda mais, conhecendo as ruas da cidade pelas quais se perdera no dia anterior.

A caminhada pelas ruas é um tanto quanto difícil, faz frio, mas ela continua a andar. Mais do que pra conhecer a cidade, ela anda à procura da casa de um rapaz que o acaso a fizera encontrar na rodoviária de sua cidade.

Havia a esperança de achá-lo no quintal da casa, ou andando perto, mas nada feito. A moça segue rumo à academia apenas pensando em passar lá novamente na volta, "quem sabe ele resolve lavar o quintal" - mesmo este não estando sujo.

A academia encontra-se vazia. Depois de três meses sem ir, ela volta e pega leve nos aparelhos. Muito peso faria mal. Conforme faz os exercícios, só pensa em passar na frente da casa do rapaz, quem sabe até tocar a campainha.

Ela deixa a academia após fazer musculação, cinco minutos de bicicleta e sem se alongar.

Rumo ao supermercado, ela segue ansiosa, quer fazer as compras rapidamente. Procura logo o que quer na seção de "perfumaria" e quando olha pro começo do corredor, quando já estava indo embora, ela avista o rapaz chegando.

Antes mesmo de ir à casa dele, os dois se encontram no supermercado e fazem compras juntos. Pouco antes de irem embora, ele confere se havia trazido a carteira e como em uma boa história, ele de fato havia esquecido a carteira em casa.

A moça paga suas compras e sai com as sacolas na mochila, acompanhada pelo rapaz rumo a casa dele pra que ele pegue a carteira e faça suas compras.

Agora, finalmente, está ela à porta da casa dele, com ele do lado. Ele entra pra pegar a carteira e se trocar. Antes, ela se despede e segue o caminho para sua casa com as compras.

A sensação de frio diminui, o sorriso no rosto deve enganar a temperatura. Chegando em casa ela se senta após tomar outro remédio anti-bronquite e resolve contar sua história matinal em uma crônica.

Para isso, no entanto, ela se esconde em um eu-lírico masculino.

Um comentário: