sábado, 28 de abril de 2007

Neve

Nunca fui um amante declarado de literatura. Nunca consegui manter minha atenção presa num livro que fui obrigado a ler.

Caótico?

Talvez, principalmente para um estudante de Letras, ainda mais um daqueles que dorme por cima dos livros durante a leitura.

Ainda bem que eu não sou assim, pelo menos não mais. Precisava de uma saída e fui buscar na Turquia, no romance Neve de Orhan Pamuk.

Exatamente como um não-leitor, me interessei pela capa do livro e vi o adesivo "prêmio Nobel". No entanto, Neve é mais do que nome e capa. O livro conta a história de Ka, um jornalista e ex-poeta turco que passa alguns anos exilado na Alemanha e quando sai do exílio, vai para uma cidade extremamente pobre da Turquia, que enfrenta um inverno extremamente rigoroso. É em Kars, essa cidade extrema, absurda e incrivelmente pobre, que ele encontra uma antiga paixão adolescente.

Claro que não é só uma história de amor, afinal um prêmio Nobel não seria dado a algo tão simples. Ka vai a Kars para saber sobre um caso de jovens muçulmanas que se suicidam e, enquanto ele busca informações, presencia um assassinato, um golpe militar, um atentado terrorista, vive um caso de amor e volta a escrever poesias.

Agora sim parece interessante...ou não. Adoraria escrever mais e estragar as surpresas do livro, mas eu mesmo não terminei de lê-lo ainda, portanto me estendo só até aqui, já que ainda não sei quais serão as surpresas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá! Também li o livro, e tenho algumas observações a fazer. Peço que o que vou dizer não seja interpretado por animosidade. Okay, 2 pontos então:

1."Neve" é, sem dúvida, um livro fabuloso. Agora que começou a interessar-se mais pela leitura, segundo diz, tem dezenas de livros ainda melhores que o de Orhan Pamuk. Um conselho: tente os clássicos. Dificilmente sairá desapontado.
2."Claro que não é só uma história de amor, afinal um prêmio Nobel não seria dado a algo tão simples." - em primeiro lugar, um prémio Nobel não é atribuído a um livro, mas ao escritor. É um sistema completamente diferente dos Oscars, para explicar melhor. Enquanto que um realizador que receba um Oscar de melhor realizador, o recebe devido ao seu trabalho nesse ano, um Nobel é atribuído a um escritor graças a TODA a sua obra. Por isso, é um comentário muito desnecessário, este aqui.
Além disso, não deixei de sorrir ao ler a forma como afirma que uma história de amor - algo "tão" simples- era incapaz de ganhar um Nobel. Explique-me lá então como é que o "Romeu e Julieta" - é uma história de amor, afinal!-, de Shakespeare, ainda é lido centenas de anos depois de ser escrito; ou como Jane Austen, cujos livros são, em essência, histórias de amor, são clássicos intemporais que ainda hoje suscitam adaptações ao cinema e ganham novos leitores? Ora, o seu comentário, como vê, é algo pretensioso (chega a roçar o ignorante). Claro que uma históriazita de amor do género Nicholas Sparks ou daquelas que sai nas revistas cor-de-rosa jamais trará ao escritor qualidade para um NOBEL. Aí, de acordo. Mas alguém que tenha um pouco de cultura poderá dizer-lhe o mesmo que lhe digo aqui, em relação aos livros já mencionados.
Cumprimentos e boas leituras!