segunda-feira, 12 de julho de 2010

O final

Desde o gol de Siphiwe Tshabalala, em 11 de junho, até o gol de Andrés Iniesta, 11 de julho, a Copa do Mundo viu 145 gols, em seus 64 jogos. Com uma média de 2,26 gols/jogo – segunda pior da história, atrás apenas da Copa da Itália, em 1990: 2,21 – e 16 jogos com o placar de 1x0 (25 do total), o Mundial da África chega ao seu fim, com a Fúria como campeã, finalmente.

Foram quatro artilheiros, com cinco gols cada: David Villa, da Espanha, Wesley Sneijder, da Holanda, Thomas Müller, da Alemanha e Diego Forlán, do Uruguai. O alemão, de 21 anos, além de ter sido escolhido como revelação da Copa, venceu o prêmio Chuteira de Ouro, por ter dado mais assistências do que seus concorrentes.

O destaque da Copa, premiado com a Bola de Ouro, foi o uruguaio Forlán, que ajudou a levar a Celeste às semifinais da competição, depois de 40 anos. Forlán foi o capitão do time na ausência de Lugano, marcou cinco gols e, se tivesse marcado o sexto em cobrança de falta aos 48 do segundo tempo contra a Alemanha, levaria o Uruguai à prorrogação na disputa pelo terceiro lugar.

Na Copa das zebras, a final só poderia ter sido inédita e ter tido um campeão inédito, mas longe de ser uma zebra. A Fúria finalmente chegou lá e não morreu na praia, venceu a Holanda por 1x0, na prorrogação, deixando a Laranja com seu terceiro vice-campeonato na história.

A África do Sul se provou capaz de sediar um Mundial, apesar dos pesares, reclamações e limitações. Todos temem que alguns dos estádios se tornem “elefantes brancos” e não sejam usados nunca mais, como algumas instalações do Pan-2007, do Brasil. O trânsito e a falta de segurança ficaram em destaque e devem ser usadas como lição para a próxima Copa, a ser realizada em terras brasileiras.

No entanto, valeu a alegria do povo africano, que com suas vuvuzelas, contagiou o mundo e muitos dos jornalistas presentes no país. É tempo de fazer projeções para 2014, pensar e relembrar aquilo que passou na história do recente título espanhol. Abaixo, um pequeno Top5, de gols, defesas e jogos da Copa da África 2010, além de uma seleção do Mundial, com 11 jogadores.

Top 5 Gols:
Siphiwe Tshabalala (África do Sul 1x1 México, Soccer City, Johanesburgo, 11/6)
Em um belíssimo contra-ataque sulafricano, Tshabalala recebe na grande área e bate no ângulo do goleiro Pérez, para marcar o primeiro gol da Copa do Mundo de 2010.


David Villa (Espanha 2x0 Honduras, Ellis Park, Johanesburgo, 21/6)
O artilheiro espanhol passou entre dois defensores de Honduras, invadiu a área, driblou mais um e bateu firme, sem chances para o goleiro Valladares.

Carlos Tévez (Argentina 3x1 México, Soccer City, Johanesburgo, 27/6)
“Carlitos” bate em cima da zaga, pega o próprio rebote, pedala e bate forte de fora da área, para marcar o terceiro da Argentina, jogando um balde de água fria na reação mexicana.

Giovanni Van Bronckhorst (Holanda 3x2 Uruguai, Green Point, Cidade do Cabo, 6/7)
O capitão do time holandês arriscou de fora da área e acertou o ângulo do gol de Muslera. Curiosamente, a bola entrou praticamente no mesmo “lugar” que no gol de Tshabalala, no primeiro jogo da Copa.

Diego Forlán (Uruguai 2x3 Alemanha, Nelson Mandela Bay, Porto Elizabeth, 10/7)
O volante Arévalo Rios foi para o ataque, tabelou com Luís Suárez e tocou para Diego Forlán, que bateu de primeira em um belo voleio, sem chances para Butt, lembrando os lances de Bebeto nos anos 80/90.


Defesas:
Noel Valladares (Chile 1x0 Honduras)
O goleiro hondurenho Valladares impediu que os chilenos aumentassem sua vantagem em um verdadeiro milagre após cabeçada a queima roupa, dentro da pequena área.

Vincent Enyeama (Argentina 1x0 Nigéria)
Enyeama fechou o gol e não deixou Messi e os argentinos saírem do 1x0, com várias defesas importantes durante o jogo.

Luís Suárez (Uruguai 1x1 Gana)
Em lance histórico, o atacante uruguaio Luís Suárez salva o gol da vitória de Gana, com uma defesa em cima da linha e é expulso. Na cobrança de pênalti, Asamoah Gyan acertou o travessão.

Maarten Stekelenburg (Holanda 2x1 Brasil)
Segundo o próprio Stekelenburg, a defesa no chute de Kaká foi uma das mais importantes da carreira e deu forças ao time para vencer a seleção brasileira.

Iker Casillas x2 (Holanda 0x1 Espanha)
Casillas cresceu para cima de Arjen Robben por duas vezes e impediu a vitória holandesa com duas grandes defesas, contribuindo para o primeiro título mundial da história da Fúria. (No vídeo, 1:30 e 2:20)

Jogos (sem descrição, os highlights dizem por si só):
Eslovênia 2x2 Estados Unidos

Eslováquia 3x2 Itália

Alemanha 4x1 Inglaterra

Uruguai 1x1 Gana

Uruguai 2x3 Alemanha

Seleção do Mundial, numa formação 4-4-2 tradicional:
Casillas, Lahm, Piqué, Friedrich, Fucile; Xavi, Iniesta, Forlán, Özil; Müller, Villa.

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