quinta-feira, 1 de julho de 2010

Folga é sinônimo de prognóstico

Dias 3 e 4 de julho de 2010, quarta e quinta-feira, são dois dias de hiato nos campos da África do Sul. Com as quartas de final definidas e prometendo bons jogos, é tempo de prognósticos! Estatísticas! Retrospecto!

Nestes dois dias, dados, números, vitórias, derrotas, empates, gols e afins fazem parte da pauta do jornalismo esportivo brasileiro. O histórico está em cena, para o terror de treinadores e jogadores, que apenas escapam dos números em suas entrevistas coletivas e dizem que o que vale é o presente - os jogos não têm favorito, nem num Brasil x Coreia do Norte, por exemplo.

Direto e reto, o primeiro confronto das quartas de final será Brasil x Holanda, sexta-feira, 11h, em Port Elizabeth. Os dois times se enfrentarão pela quarta vez em uma Copa do Mundo. Em 1974, a Holanda venceu por 2x0, em 1994, deu Brasil 3x2 e em 1998, após um dramático 1x1 no tempo normal, com Zé Carlos na lateral direita, vitória brasileira nos pênaltis.

O time laranja quer vingança, segundo o atacante Elia, que diz se lembrar perfeitamente da eliminação holandesa em 1998. Coincidentemente, naquele ano, após se enfrentarem, a Holanda perdeu a decisão de 3º e 4º lugares para a Croácia e o Brasil perdeu a final para a França. Desta vez, quem perder diz adeus à África do Sul.

Às 15h30, Uruguai e Gana definem quem será a zebra da vez nas semifinais. O Uruguai é bicampeão mundial, mas não figura entre os quatro melhores de uma Copa do Mundo desde 1970, quando enfrentou justamente o Brasil e perdeu. Já o time de Gana participa de seu segundo Mundial e, se passar pelos uruguaios, corre o risco de ser novamente eliminado pelo Brasil, como em 2006, nas oitavas de final.

O capitão uruguaio Diego Lugano busca a glória e isso só viria com o título, buscado e projetado também por Samuel Inkoom, ala direito e esquerdo de Gana. Se passarem, os ganeses deixam para trás Camarões de 1990 e Senegal de 2002, que também chegaram às quartas de final, melhor resultado do futebol africano nas Copas.

Em confronto sem favoritos, o melhor jogo das quartas de final promete ser o único confronto de campeões da rodada: Alemanha x Argentina. Os alemães eliminaram os campeões de 1966, a Inglaterra, enquanto os argentinos mandaram os fregueses mexicanos de volta para casa novamente, assim como em 2006.

No entanto, é justamente 2006 que a Argentina de Maradona tenta evitar. Na oportunidade, após eliminar os mexicanos, os hermanos cruzaram o caminho dos bávaros e foram para casa mais cedo, após 1x1 no tempo regulamentar e derrota nos pênaltis. A Alemanha foi novamente à prorrogação no próximo jogo e perdeu por 2x0 para a então tetracampeã e agora já eliminada, Itália.

Os dois times tem ataques (muito) fortes, mas um tem uma coisa que o outro não tem. A Alemanha tem uma defesa sólida e a Argentina tem Lionel Messi (defesa sólida, não mesmo). O mundo espera o embate entre os dois times, que acontecerá no sábado, às 11h, na Cidade do Cabo.

Por último, mas não menos importante, talvez o único duelo com favoritos das quartas de final: Paraguai x Espanha, em que paraguaios podem chegar às semifinais pela primeira vez, enquanto os espanhóis podem chegar a esta etapa da Copa pela segunda vez.

David Villa é o artilheiro do mundial e o Paraguai só tomou um gol até agora, da Itália. Com isso, desenhamos o jogo em ataque x defesa, toque de bola x contra-ataque, Villa contra os herdeiros de Gamarra, desempenhando um ótimo papel nesta Copa.

A folga já está acabando, temos menos de 24h até Brasil x Holanda e não houve muita cogitação para que o assunto durante esses dois dias se alterasse para eleições presidenciais ou Fórmula 1 - Dilma fez uma ultrapassagem em Serra e Vettel em Hamilton, mas ninguém parece ligar muito para isso agora.

Até 11/7, inclusive de “folga”, nada mais importa.

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