segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Salve o Tricolor Paulista

O árbitro Wilson Luiz Seneme apitou e apontou o centro de campo, aos 26 minutos do segundo tempo: era o terceiro gol do Corinthians contra o São Paulo, marcado por Jucilei. Aos 46, apitou de novo, decretando o fim do jogo, sendo que, pelos acréscimos, iria até os 47.

Seneme poupou o São Paulo de correr mais um risco. Afinal, faltar um minuto para o fim de uma partida é tempo suficiente para o Tricolor tomar um gol, como provou Elias, aos 44 do primeiro tempo, no segundo gol corintiano. O primeiro também foi dele, aos 21, em uma falha da defesa do São Paulo, típica de um Pro Evolution Soccer.

Se não fosse Rogério Ceni, a partida poderia ter sido, sem dúvidas, um 6x0, no mínimo. O goleiro sãopaulino três defesas difíceis, mas nada pôde fazer nos gols corinthianos, que fizeram o Pacaembu – e o Twitter – vir(em) abaixo.

A narrativa do que aconteceu no jogo está ao contrário, pois talvez foi assim que o São Paulo tenha entrado no jogo: sabendo o resultado. Com um tabu de mais de três anos sem vitória sobre o Corinthians nas costas, com um treinador interino e problemas, muitos problemas.

Virou piada. O São Paulo não vence o Corinthians há mais de três anos. Neste ano, venceu apenas um clássico, 1x0 contra o Palmeiras, pelo Brasileirão, e perdeu outros sete. Havia torcedores no Pacaembu com os dizeres “Eterno Freguês”, frase que também fez sucesso no Twitter durante e, principalmente, após o jogo.

O que aconteceu com o São Paulo? Antes da Copa do Mundo, o time jogava bem, depois de um campeonato paulista não-convincente e uma boa Libertadores, com exceção das partidas contra o Once Caldas, na Colômbia, e contra o Universitário, do Peru. Depois, o time sobrou em campo contra o Cruzeiro, tanto no Mineirão, quanto no Morumbi: 2x0 e 2x0.

Após o Mundial, a coisa, inexplicavelmente, mudou de figura. Com os mesmos jogadores do primeiro semestre, o time esqueceu o futebol, foi eliminado da Copa Libertadores da América, grande objetivo do ano, e ocupa a 15ª posição, com 17 pontos, dois a mais do que o Grêmio, primeiro na zona de rebaixamento.

Segundo a diretoria do São Paulo, time grande não cai. Talvez a cúpula tricolor se lembre de Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Fluminense e do próprio Corinthians, que visitaram a série B nos últimos anos.

No entanto, é certo que o torcedor tricolor se lembra, mas não quer passar por isso também, evidentemente. O que se espera é que o apito final de Wilson Seneme no Pacaembu não tenha sido um gongo, como numa luta de boxe, para o São Paulo, até porque o nocaute já foi dado.

Como diz o hino, Salve o Tricolor Paulista.

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