domingo, 10 de agosto de 2008

Tal pai, tal filho (parte 2)

Tenho 20 anos de idade, faço faculdade de jornalismo, jogo basquete por lazer e sou professor de inglês por prazer. Dou aulas há apenas dois meses, o que já é suficiente pra perceber o quanto eu gosto da coisa.

Trabalhei, sem querer, com traduções no ano passado, por meio do Q.I. Mas, definitivamente sou mais da área de jornalismo do que de letras. Só que nem sempre foi assim.

Desde pequeno, gosto de línguas estrangeiras, seja qual for. Sempre tive facilidade de aprendizagem e de pronúncia com qualquer língua que eu tenha estudado. Já fiz meu pai pagar cursos de inglês e francês. Até que, neste último, veio a possível luz: eu queria fazer letras.

Prestei quatro vestibulares em 2006: PUC, FMU, USP e UNESP, dos quais passei em três e fiquei na primeira fase da Fuvest. Cheguei a fazer a matrícula na PUC, mas não queria fazer o curso. Foi quando saiu o resultado - positivo - da UNESP: eu queria fazer letras, lá!

Minha família enlouqueceu e disse que a loucura estava em mim: "você está louco?" Não, eu não estava, a princípio - Assis me deixou louco. Eu queria fazer o curso em uma faculdade pública.

E eu fui.

Para a frustração de todos, eu fui. Mesmo com todos os amigos e a família por aqui. Mesmo com meu pai tendo se proposto a pagar uma faculdade por aqui, eu fui pra lá.

E eu voltei.


Para a alegria de todos, eu voltei. Cansei das letras e caí no jornalismo. O laço de amizade/necessidade, tanto com a família quanto com os amigos, ficou mais forte. A comida da minha mãe ficou ainda melhor e cada minuto com meu pai se tornou mais valioso.

Assim como cada centavo, é claro. Ainda mais pelo fato de eu estudar em uma universidade particular, agora.

No entanto, ainda que o laço com meu pai tenha se fortalecido, ainda é estreito. São poucas as vezes que ele vai além de ser financeiro e futebolístico. Mas mesmo assim, não existe alguém que eu admire mais que meu pai.

Não é qualquer um que faz até a quarta série primária na escola, acorda de madrugada pra trabalhar desde os 14 anos e sustenta uma família como ele sustenta.

Posso ter gratidão e admiração eternas por aquele homem, mas eu nunca soube dizer isso a ele.

Acho que vou escrever um texto.

3 comentários:

Cib S disse...

ahhhhhh que lindo
:'(

Unknown disse...

Emocionante...
=')

bela Homenagem...

Ps. se ver meu Pai por aí manda um abraço por mim.....=(

=D sempre complexo ^^

Zanoni disse...

nice man!!!!