terça-feira, 21 de setembro de 2010

O preço e os benefícios de ser o melhor do mundo

Lionel Messi é, indiscutivelmente, o melhor jogador do mundo. O argentino foi autor de 34 gols, em 35 jogos na última temporada pelo Barcelona, isso sem falar no(s) show(s). Na África do Sul, ele tentou, mas não conseguiu furar os bloqueios adversários. Todos os holofotes estavam virados em sua direção e os zagueiros, também.

Começa a temporada 2010-2011 na Europa e um jogador chama a atenção nos campos espanhóis. O nome dele? Messi, obviamente. Em um time cheio de estrelas e base da seleção campeã do mundo, o argentino é o destaque. Imagine aquele time da Espanha que entrou em campo no Soccer City no dia 11/7/2010, com Messi no lugar do apagado Fernando Torres, na ocasião. Esse é o Barcelona.

Após a derrota para o Hércules no primeiro jogo da Liga Espanhola, o Barça mostrou a que veio contra o Panathinaikos, em jogo válido pela UEFA Champions League. Começou perdendo por 1x0, mas virou, e como, para 4x1. Poderia ter sido 5,6,7,8 e por aí vai. Foi um show.

Na oportunidade, Messi marcou dois gols, participou de outro, marcado por Daniel Alves, e ainda se deu ao luxo de perder um pênalti (frustrando os que contam com ele no Fantasy da ESPN Brasil). A cada jogo, surgem mais e mais comparações com Diego Maradona. Inevitáveis, mas o melhor do mundo ainda pode mais, com seus 23 anos.

Na segunda rodada do Campeonato Espanhol, o Barcelona foi a Madrid, enfrentar o Atlético, de Diego Forlán. Messi deixou a sua marca em mais um belo gol, como já vem virando rotina. Os catalães venceram por 2x1, sendo que o gol vitorioso foi marcado pelo zagueiro Pique. No entanto, isso pouco importou.

Com o jogo já ganho, aos 47 do segundo tempo, Messi “recebeu” uma entrada do zagueiro tcheco Tomas Ujfalusi e saiu do campo de maca, chorando. O mundo se assustou, viu uma tragédia e Ujfalusi foi expulso de campo.

Rapidamente, cinco médicos cercaram o argentino, além de praticamente todos os jogadores de Barcelona e Atlético. E do mundo todo. Novamente, todos os holofotes estavam virados em sua direção, mas não com a vontade de vê-lo jogar, mas, sim, com medo.

No entanto, ontem, um dia após o jogo e a lesão, foi constatado que Messi sofreu um leve trauma no tornozelo direito e estará de volta para atormentar as defesas por aí em dez dias. Com isso, o argentino perderá duas partidas do Espanhol, contra Sporting Gijon e Athletic Bilbao.

Hoje, dois dias após o jogo e a lesão, a imprensa espanhola divulga que Ujfalusi pode pegar doze jogos pela entrada em Messi. O técnico do Atlético de Madrid, Quique Flores, disparou: "Sólo pasan estas cosas cuando son Messi o Cristiano los perjudicados." (Via marca.com)

Ex-zagueiro, Flores completou: “Todo acontece así porque es Messi el protagonista. No es una entrada descabellada; sí es dura y sobre todo desfortunada”. O agora técnico conhece seu jogador e sabe (pelo menos acredita) que não há motivos para uma entrada dura, aos 47 do segundo tempo, com o jogo já perdido.

De certa forma, Quique Flores não está errado. Podemos tomar como exemplo o zagueiro Martin Taylor, que atuava pelo Birmingham em 2008 e quebrou a perna do brasileiro-croata Eduardo da Silva, em uma entrada mais do que violenta (veja aqui o lance, incrível).

Enquanto Eduardo foi rapidamente levado a um hospital, praticamente desacordado, e ficou de fora do futebol por um ano, Taylor foi expulso e tomou, apenas, três jogos de suspensão. Eduardo não é o melhor do mundo e não muitos torcedores, além dos do Arsenal na época, se revoltaram contra a punição a Taylor.

Se pensarmos no Brasil, nada se resolve no gramado e, sim, no STJD. É tudo ao contrário, as punições previstas no regulamento, que podem chegar a 120 dias, às vezes, se tornam um jogo ou dois, no máximo, além do pagamento de cestas básicas. Porém, vamos deixar o país do futebol – e do tapetão – de lado, senão isso vira um livro, e voltar ao melhor do mundo.

Messi recebe, sim, os holofotes e paga o preço de ser o melhor do mundo. Joga muito futebol e, por isso, sofre dura marcação, muitas faltas e atormenta os zagueiros, é claro. Tomas Ujfalusi foi apenas mais um a sofrer com o argentino e paga o preço, por também fazê-lo sofrer, podendo ficar de fora de La Liga por doze partidas.

Ser o melhor do mundo também tem os seus benefícios.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quando o time entra em campo

Quem nunca cabulou uma aula na vida? Com certeza, uma boa porcentagem da população paulistana, ao menos, já praticou tal ato. O que posso dizer é que eu estou nessa contagem, mais de uma vez. No entanto, ontem, talvez tenha sido uma das não-aulas mais produtivas que já tive.

Em várias oportunidades, a Libertadores da América, a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro e até mesmo a Seleção Brasileira, com seus amistosos e eliminatórias, nos fazem pensar duas vezes antes de entrar/ficar nas aulas. Desta vez, foi diferente, o motivo foi outro.

“Os 100 Melhores Jogadores Brasileiros de Todos os Tempos”. Mais convincente e auto-explicativo que isso, difícil. Mais do que um livro, uma empreitada, assinada por dois autores: um Kfouri e um certo Paulo Coelho. Ou melhor, André Kfouri e Paulo Vinícius Coelho, o PVC.

Parceria da Ediouro com a ESPN Brasil, o livro trata de uma seleção dos melhores, não apenas selecionados por PVC e André, mas pelos fãs de esporte, que votaram pelo portal ESPN.com.br e elegeram 180 jogadores. Destes, 100 foram selecionados pelos dois, com a ajuda de jornalistas renomados do próprio canal e de outros lugares. Vale dizer que o livro conta com um capítulo chamado “Injustiças”, que explica como tudo foi feito.

Poucos países podem se dar ao luxo de ter tantos jogadores bons, suficientes para serem colocados em um livro como o Brasil. Existem, evidentemente, vários bons atletas no mundo afora, Alemanha, Argentina, Itália e muitos outros, por exemplo. Mas só nós podemos eleger uma centena deles e, ainda assim, deixar muitos de fora. Se existe um Top100, em contagem regressiva? Não, não existe. A ordem é muito mais simples: Pelé é o primeiro apresentado e os outros craques estão em ordem alfabética.

A obra foi lançada ontem, 24/8, na Livraria Saraiva do Shopping Morumbi, com direito a uma noite de autógrafos e a um coquetel – com direito a petiscos e champanhe, inclusive. Como crianças ansiosas para entrarem em um estádio pela primeira vez para ver o time do coração, os fãs de esportes aguardavam, em fila, como bons paulistanos, a sua vez de ter o livro assinado, bater uma foto, conversar um pouco.

Humildemente, figuras do jornalismo esportivo nacional também pegaram fila, como Arnaldo Ribeiro, Milton Leite e Rodrigo Bueno. Além deles, José Trajano, diretor de jornalismo da ESPN Brasil, foi breve e, também gentilmente, furou a fila, bateu uma foto com seus dois colaboradores e foi embora, tudo em menos de dois minutos.

Obviamente, este que escreve também estava lá, no terceiro lugar da fila, igualmente como uma criança, esperando a própria vez de receber um autógrafo. Do mesmo jeito que ocorre quando o time entra em campo e o coração bate mais forte, já que a criança vê seus ídolos, jogadores, mais de perto, pode-se dizer que, para um protótipo de jornalista esportivo, o dia 24/8 foi exatamente assim.

Com tantos jornalistas de renome, tão perto, fotos com alguns deles, além da reportagem da ESPN presente e um livro sensacional em mãos, só uma coisa foi mais marcante:

“E aí, André. E aí, PVC. Tudo bem? Meu nome é Luiz, sou estudante de jornalismo e...”
“Ah, Luiz, eu conheço você!”, disse o PVC.

Participei das dinâmicas para integrar o Programa de Estágio da ESPN Brasil no ano passado, mas infelizmente não tive êxito. É algo que lembro quase todos os dias, até hoje, e penso: O que eu errei? Em que fui incapaz? O que eu esqueci? Lembro das palavras do PVC naquele dia, que disse pra ninguém desistir da área esportiva e pra entrar só se realmente gostasse da coisa. E o cara que tudo lembra, lembrou de mim também.

E quebrou o pseudo-discurso que eu tinha montado. E fez com que a aula cabulada tivesse valido (ainda mais) a pena.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Salve o Tricolor Paulista

O árbitro Wilson Luiz Seneme apitou e apontou o centro de campo, aos 26 minutos do segundo tempo: era o terceiro gol do Corinthians contra o São Paulo, marcado por Jucilei. Aos 46, apitou de novo, decretando o fim do jogo, sendo que, pelos acréscimos, iria até os 47.

Seneme poupou o São Paulo de correr mais um risco. Afinal, faltar um minuto para o fim de uma partida é tempo suficiente para o Tricolor tomar um gol, como provou Elias, aos 44 do primeiro tempo, no segundo gol corintiano. O primeiro também foi dele, aos 21, em uma falha da defesa do São Paulo, típica de um Pro Evolution Soccer.

Se não fosse Rogério Ceni, a partida poderia ter sido, sem dúvidas, um 6x0, no mínimo. O goleiro sãopaulino três defesas difíceis, mas nada pôde fazer nos gols corinthianos, que fizeram o Pacaembu – e o Twitter – vir(em) abaixo.

A narrativa do que aconteceu no jogo está ao contrário, pois talvez foi assim que o São Paulo tenha entrado no jogo: sabendo o resultado. Com um tabu de mais de três anos sem vitória sobre o Corinthians nas costas, com um treinador interino e problemas, muitos problemas.

Virou piada. O São Paulo não vence o Corinthians há mais de três anos. Neste ano, venceu apenas um clássico, 1x0 contra o Palmeiras, pelo Brasileirão, e perdeu outros sete. Havia torcedores no Pacaembu com os dizeres “Eterno Freguês”, frase que também fez sucesso no Twitter durante e, principalmente, após o jogo.

O que aconteceu com o São Paulo? Antes da Copa do Mundo, o time jogava bem, depois de um campeonato paulista não-convincente e uma boa Libertadores, com exceção das partidas contra o Once Caldas, na Colômbia, e contra o Universitário, do Peru. Depois, o time sobrou em campo contra o Cruzeiro, tanto no Mineirão, quanto no Morumbi: 2x0 e 2x0.

Após o Mundial, a coisa, inexplicavelmente, mudou de figura. Com os mesmos jogadores do primeiro semestre, o time esqueceu o futebol, foi eliminado da Copa Libertadores da América, grande objetivo do ano, e ocupa a 15ª posição, com 17 pontos, dois a mais do que o Grêmio, primeiro na zona de rebaixamento.

Segundo a diretoria do São Paulo, time grande não cai. Talvez a cúpula tricolor se lembre de Botafogo, Grêmio, Palmeiras, Fluminense e do próprio Corinthians, que visitaram a série B nos últimos anos.

No entanto, é certo que o torcedor tricolor se lembra, mas não quer passar por isso também, evidentemente. O que se espera é que o apito final de Wilson Seneme no Pacaembu não tenha sido um gongo, como numa luta de boxe, para o São Paulo, até porque o nocaute já foi dado.

Como diz o hino, Salve o Tricolor Paulista.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Joelho perdido ou justificativa perdida?

Todos sabiam que Kaká não entraria em campo com 100% de suas condições na Copa do Mundo, mas, ao contrário de outros craques como Essien e Ballack, que estavam machucados e não foram à África, o brasileiro foi. Alguns já imaginavam o resto da história, que de fato aconteceu: o Brasil foi eliminado, sem um grande desempenho de Kaká.

Após a Copa, o jogador do Real Madrid assumiu ter jogado a competição a base de infiltrações, realmente com problemas, mas no joelho esquerdo, diferentemente da tal pubalgia que tanto assombrou jornalistas e torcedores. Submetido a uma artroscopia, o jogador desfalcará seu clube e a seleção brasileira nos próximos meses.

Conforme costume jornalístico, Kaká foi fotografado, na saída do hospital AZ Monica, na Bélgica, de muletas. Porém, um dos ângulos retratados pelo fotógrafo Julien Warnand chamou a atenção, por parecer que o jogador brasileiro está sem a perna esquerda, justamente a que foi operada.

A tal foto foi escolhida para estampar a capa do jornal O Estado de S. Paulo, sob a justificativa de que a cirurgia era uma das principais notícias do dia. Além disso, o joelho operado de Kaká está escondido na imagem, o que pode ter sido uma alusão ao fato de que o jogador já estava “sem” o mesmo durante a Copa do Mundo.

No entanto, diferentemente do que muitos poderiam pensar, a imagem não foi manipulada, segundo o Jornal e, sim, “selecionada“ entre outras, apenas. Vale lembrar que no ano de 2007, o UOL publicou uma foto adulterada do acidente da TAM, “colaboração” de um leitor, no caso, que o Portal desconhecia, por isso publicou, com o objetivo do furo, da foto inédita.

O furo de reportagem é o objetivo dos jornalistas e, quando este vem acompanhado de uma imagem, deixa de ser uma ambição para se tornar um fato. No caso da foto de Kaká, a situação é outra, já que não houve tentativa de furo – o fato era conhecido por todos – mas houve a impressão de que o jogador poderia ter perdido sua perna (ou de um terrível erro de Photoshop ter ocorrido) na operação, pelo ângulo da foto.

Portanto, se a carreira do jogador “correu risco”, como diz a manchete, fica subentendido que ele continua jogando, já que o verbo utilizado está no passado. Com isso em mente, há justificativa para a escolha desta foto de Kaká, sendo que todos já sabiam da operação? E a reação do público: “será que ele perdeu a perna?” ou “por que tiraram a perna dele da imagem?”.

Pelo jeito, a tal alusão “joelho escondido na foto = joelho machucado na Copa” não foi tão fácil de ser entendida, ou talvez o público apenas não tenha entendido da maneira que os jornalistas queriam...

domingo, 8 de agosto de 2010

Japão 5 x 4 México

Foi um dos melhores jogos de futebol da história, mesmo sendo apenas um amistoso e entre dois times sem expressão – mas emergentes – no cenário mundial. Os poucos espectadores viram um jogo incrível, com muitos lances, muitos gols e um resultado surpreendente.

Japão e México jogaram no Estádio Internacional de Yokohama, neste último sábado, 7/8, em amistoso pós-Copa, como o que o Brasil terá contra os Estados Unidos na terça-feira, dia 10. Os japoneses levaram a melhor e venceram por 5x4.

Os mexicanos abriram o placar no primeiro tempo, aos 15 minutos, com um gol de Cuauhtemoc Blanco, após falha da zaga em cobrança de escanteio. Sem dar tempo para comemorações, Keiji Tamada recebeu de Abe e empatou o jogo, um minuto depois.

Acredite ou não, todos os outros gols foram no segundo tempo. Novamente, o México começou na frente, com Carlos Vela e, logo em seguida, fez 3x1 com um gol contra de Nakazawa. No momento em que o Japão esboçava uma reação e era melhor no jogo, Bautista, que entrou no segundo tempo, fez o quarto gol mexicano.

A partir de então, o técnico japonês, Takeshi Okada, colocou o time todo para a frente, sem fazer alterações. Os asiáticos adotaram um posicionamento ultra-ofensivo, pressionando na marcação e saindo com muita força para o ataque. O resultado logo veio: Tamada marcou duas vezes: 4x3.

A pressão continuava intensa e o tempo passava. Keisuke Honda roubou uma bola dentro da área mexicana e empatou a partida, com 43 do segundo tempo, deixando o placar da partida em Yokohama em um inacreditável 4x4. No entanto, ainda faltavam dois minutos a serem jogados.

Para o desespero dos mexicanos presentes, logo na saída de bola, Honda roubou mais uma bola e deixou Keiji Tamada na cara do gol. O centroavante não perdoou e marcou seu quarto gol no jogo, quinto do Japão, para o delírio da torcida local. Com 5x4 no placar, o México, que parecia não acreditar no que acontecia, nada pôde fazer e o jogo terminou, para muita festa nas arquibancadas.

Aposto que, agora, você se pergunta: por que ninguém falou deste jogo na televisão, rádio e internet, se foi tão incrível? Quem foram os torcedores (sortudos) presentes no estádio que viram tal partida?

Poderia muito bem ser uma notícia num caderno de esportes, mas é um texto de blog. Poderia ser um jogo real, mas foi apenas uma partida de FIFA World Cup 2010 no videogame. E se isso não fosse dito, quem saberia? Talvez alguém mais informado, apenas, pois saberia todo o cronograma de jogos amistoso pelo mundo.

Mas ok, vamos continuar pensando que foi real, ignorando o parágrafo acima.

Que jogo!

domingo, 25 de julho de 2010

Mano, os Manos, o Brasileirão e o brasil

A quarta rodada do Brasileirão pós-Copa foi secundária neste final de semana, em que Mano Menezes foi anunciado o novo técnico gaúcho da seleção brasileira. São muitos a favor e muitos contra, mas todos esperam que no Brasil de 2014 Mano siga o legado do gaúcho Felipão, e não do gaúcho Dunga.

O Corinthians venceu o Guarani por 3x1, com dois gols de Bruno César – garantia de sucesso no Cartola Sportv – e reassumiu a liderança do campeonato. Mano deixa a casa arrumada e o bolo pronto para Adílson Batista conduzir os Manos no restante da competição e, se não errar, chegar ao tetracampeonato brasileiro.

Novamente na primeira posição, o time alvinegro contou com o empate 1x1 no jogo Fluminense x Botafogo, que poderia ter sido a despedida de Muricy Ramalho, mas não foi, graças a um lapso de ética no futebol brasileiro, com gosto de “vingança“ por parte do Fluminense, anti-Ricardo Teixeira.

Para descrever o que aconteceu na Vila Belmiro, podemos utilizar uma expressão normalmente utilizada com times menores e em fases finais dos campeonatos: “jogo dos desesperados”. Deu Santos, 1x0, com um gol contra em um jogo ruim de ser assistido. O Santos, longe do time campeão paulista, e o São Paulo, com 10 reservas em campo, ainda mais longe do time que chegou às semifinais da Libertadores da América, jogaram para um público de menos de 10 mil pessoas.

Já no Beira Rio, o Internacional, com alguns reservas e seus principais titulares – Tinga, Rafael Sóbis e Renan, recém-chegados no pós-Copa – venceu o Flamengo por 1x0, chegou à terceira posição do Brasileirão, à quarta vitória consecutiva e aguarda o São Paulo, com 1 ponto conquistado de 12 possíveis, para a primeira partida semifinal, válida pela Copa Libertadores da América. Segundo Rogério Ceni, capitão do time paulistano, não há mais para onde correr e agora é a hora de reagir.

“Reação”, inclusive, ao lado de “Renovação”, é o que o torcedor brasileiro espera ver. Mano Menezes se apresenta para a CBF nesta segunda-feira e já tem seu primeiro trabalho: convocar a equipe para um amistoso contra os emergentes norte-americanos, a ser realizado no dia 10/8, em Nova Jersey.

Com o jeitinho brasileiro de ser, Ricardo Teixeira, convidou Muricy sem falar com o Fluminense e deu com a cara na porta. Usando o “não deixe para fazer amanhã o que você pode fazer depois de amanhã”, chamou Mano Menezes para tapar o buraco, esconder seu erro e ser o responsável pela primeira parte da renovação na Seleção. Vale lembrar que Mano foi técnico do Corinthians até 20h30 deste domingo e que, provavelmente, vai rolar um churrasquinho de despedida hoje à noite. Ou seja, o novo técnico da seleção vai ter um dia cheio amanhã, já que, até as 16h, tem que saber quem joga contra os Estados Unidos.

O projeto Seleção Brasileira para 2014 está começando, talvez não do jeito que Teixeira esperava, após o “tapa na cara” com Muricy, talvez com vários Manos na seleção do Mano. Agora, nos resta esperar o projeto Brasil para 2014, não só com estádios, mas com um país inteiro. Que não sejamos obrigados, novamente, a ver o jeitinho brasileiro da CBF.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Lições sobre Rock'n'Roll

Dia 13 de julho é o dia Mundial do Rock, único estilo musical que possui uma data comemorativa em sua homenagem – até onde eu sei, sem procurar no Google – e é sobre ele que vamos falar agora.

Antes de mais nada, reconheço que a minha bagagem sobre o assunto não é muita, portanto, se isso for um incômodo, pode parar de ler o texto agora, sem problemas! No entanto, quando me perguntam o que eu gosto de ouvir, tento ser bem imparcial. A resposta é simples: Rock, em várias de suas vertentes.

O Rock é a base da música, vem de longe, de muitos anos atrás, com muitos nomes e muitos estilos diferentes com o passar do tempo. Como já dito, ouço Rock em doses (nem sempre) homeopáticas e, devido à data passada nesta semana, a dose foi escolhida a dedo.

Gravei um CD com algumas músicas que estão na pasta “Rock’n’Roll” do meu HD, dentre as quais estão AC/DC, Motorhead, Kiss e por aí vai. Vou ressaltar algumas em especial: Boston, Kansas, Lynyrd Skynyrd e Allman Brothers Band.

Para confessar, conheci as quatro bandas graças ao Guitar Hero (videogame é cultura, sim!) e me interessei. Começa sempre do mesmo jeito: primeiro, a música que está no jogo, depois um Best Of, até chegar a alguma comunidade ou site especializado e procurar os “discos indicados” e, posteriormente, na discografia completa.

Só faltava o interesse de saber como as coisas eram ao vivo, coisa que acabei de fazer e resolvi compartilhar. É inexplicável o que essas bandas fazem no palco, sem efeitos, sem hiperproduções ou coisas super avançadas. Apenas o puro Rock’n’Roll, muito bem representado.

Freebird, do Lynyrd Skynyrd, é a última música do Guitar Hero 2, a mais longa e mais difícil do jogo. Ao se jogar no controle, é inevitável pensar: se é tão difícil num videogame, como seria numa guitarra? O (grande) solo do final é incrível e simples, em sua essência, sem efeitos como já dito. Mais de cinco minutos de solo, em que uma só guitarra parece fazer o som de três.

Allen Collins tira o máximo de sua guitarra, usando o mínimo: uma palheta e um amplificador ligado. Uma pena para a história do Rock foi o “fim” antes da hora do Lynyrd Skynyrd, em 1977. O vocalista Ronnie Van Zant e o guitarrista Steve Gaines morreram em um acidente de avião, no qual Collins também estava presente e ficou gravemente ferido, comprometendo a continuidade da carreira da banda.

Quase na mesma época do fim do Lynyrd Skynyrd, surgiu o Boston, em atividade até os dias de hoje. Sua Foreplay/Longtime está presente no primeiro Rockband, novamente em uma das músicas mais difíceis e mais legais do jogo. Sem exceção, todos os instrumentos possuem linhas difíceis e divertidas de serem jogadas. A única coisa melhor é assistir a banda tocando ao vivo.

Carry On Wayward Son também está no Guitar Hero 2 e já apareceu no episódio de South Park “Guitar Queer-o”, com direito a uma versão de um dos personagens cantando e tocando guitarra. A música do Kansas também é de 1976 (incrível!) e surpreende, assim como as outras, pela simplicidade.

Steve Walsh é um herói; vocalista, tecladista e percussionista – na mesma música. Fica até meio difícil de entender as funções de cada um dos integrantes no vídeo, tamanha a quantidade de sons e mudanças repentinas de lugar. Hoje em dia, muitos vocalistas apenas cantam, e mal, em alguns casos.

Finalmente, a mais inovadora das velhices apresentadas aqui: o Allman Brothers Band, a única banda (que eu conheço) com duas baterias – e mais um percussionista em algumas músicas. Simplesmente incrível, tanto para os anos 1970, quanto para hoje, tempo em que só se tem mais batidas em música eletrônica.

Também presentes no Guitar Hero 2, com Jessica, os irmãos Allman repetem a dose com Ramblin’ Man, no Guitar Hero 4, provavelmente a pedidos dos fãs, que adoraram tocar solos e mais solos.

Construtivamente, nada contra o Rock de hoje em dia, com muitas bandas boas, mas que em sua essência, ficou fraco perto do que foram os anos 1970 – isso apenas se citarmos as bandas do Guitar Hero! No entanto, muitas bandas usam o rótulo de vertente do Rock e citam como influências o próprio estilo, o rock, com r minúsculo mesmo.

Bom seria se o Lynyrd Skynyrd não tivesse tido um fim precoce. Bom será se o Rock não tiver o mesmo destino e perder o seu espaço para o rock, no qual as bandas ganham nome feminino (por exemplo: imagine ouvir A Metallica, ou A Black Sabbath, ou A Ramones)...

Curiosamente, li por aí que o Rock não precisa ser salvo e, sim, que o Rock é a salvação – Dio se foi, mas deixou uma mensagem: Long Live Rock’n’Roll.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A final

De qualquer maneira, teríamos um campeão inédito, em uma final inédita. Desde 1978, a Copa do Mundo não tinha uma final sem campeões mundiais. Naquela oportunidade, a Argentina sagrou-se campeã mundial pela primeira vez, em cima da própria Holanda, que já havia perdido a final de 1974 para a Alemanha. Mais uma vez, os holandeses, longe do futebol da Laranja Mecânica dos anos 70, ficaram com o vice-campeonato.

E como descreve o Marca, “o sonho se tornou realidade”. A Espanha é a oitava campeã mundial e primeira seleção da Europa a conseguir um título fora do continente. 1x0 e a Fúria no topo do Mundo.
Talvez Holanda x Espanha não fosse o jogo mais esperado pelo retrospecto das duas seleções na história das Copas do Mundo, mas se fosse levado em conta o desempenho nas eliminatórias, holandeses e espanhóis fariam a final de qualquer jeito, com toda certeza.

“100%”. Esta é a melhor maneira de descrever a campanha das duas seleções nas eliminatórias europeias para a Copa de 2010. A Espanha venceu todos os 10 jogos que disputou, enquanto a Holanda, jogando em um grupo menor, obteve 8 vitórias, em todos os seus jogos.

Nesta Copa, a Holanda continuava com os 100% desde então. A Espanha, com a fama de sempre morrer na praia, havia perdido para os Estados Unidos na Copa das Confederações e para a Suíça, na estreia do Mundial, o que fez com que muitos pensassem que a Fúria seria apenas mais uma na África.

Foram três 1x0 na segunda fase do Mundial, os melhores passadores da competição e três jogadores entre os candidatos a melhor da Copa antes da grande final contra um time bem montado, com grandes jogadores e que eliminou o Brasil, mas adepto ao “futebol de resultados” e que não “encantou”.

Na Copa do Mundo dos 1x0 (16 no total, 25% dos jogos), a final não poderia ter sido diferente, ainda mais com a “seleção do 1x0” presente. Em princípio, foi uma partida violenta e não a melhor do Mundial, mas foi uma Final, digna de ser chamada como tal. Um zero a zero travado, com gols perdidos e momentos emocionantes durante o tempo normal e a prorrogação.

Só faltava um gol e uma vitória de time campeão. Arjen Robben teve duas chances, ambas paradas por Casillas, que cresceu na frente do atacante em ambos os lances. Até que, aos 11 do segundo tempo da prorrogação, o placar marcou 1x0 no Soccer City. Foi um gol de um jogador com estrela, que assim como Robben, já havia tido sua oportunidade.

No entanto, na segunda chance que teve, Andrés Iniesta repetiu o feito do jogo Barcelona 1 x 1 Chelsea, pela Liga dos Campeões de 2008/2009 – o jogador marcou um gol nos acréscimos e classificou os espanhóis para a final daquele ano – e bateu firme, na saída do bom goleiro Stekelenburg.

Com os poucos minutos restantes, não havia muito a se fazer, tanto que Sneijder, candidato à Bola de Ouro do Mundial, bateu do meio de campo na saída de bola. No apito final, Casillas chorou, Iniesta caiu no chão e a Espanha comemorou. Assim como com a Fórmula 1, em 2005 e 2006, com o basquete no Japão, em 2006, com o próprio futebol, na Euro 2008, e no tênis, em Wimbledon neste ano. Novamente parafraseando o Marca, o As, e todos os jornais espanhóis, ¡Campeones!

O final

Desde o gol de Siphiwe Tshabalala, em 11 de junho, até o gol de Andrés Iniesta, 11 de julho, a Copa do Mundo viu 145 gols, em seus 64 jogos. Com uma média de 2,26 gols/jogo – segunda pior da história, atrás apenas da Copa da Itália, em 1990: 2,21 – e 16 jogos com o placar de 1x0 (25 do total), o Mundial da África chega ao seu fim, com a Fúria como campeã, finalmente.

Foram quatro artilheiros, com cinco gols cada: David Villa, da Espanha, Wesley Sneijder, da Holanda, Thomas Müller, da Alemanha e Diego Forlán, do Uruguai. O alemão, de 21 anos, além de ter sido escolhido como revelação da Copa, venceu o prêmio Chuteira de Ouro, por ter dado mais assistências do que seus concorrentes.

O destaque da Copa, premiado com a Bola de Ouro, foi o uruguaio Forlán, que ajudou a levar a Celeste às semifinais da competição, depois de 40 anos. Forlán foi o capitão do time na ausência de Lugano, marcou cinco gols e, se tivesse marcado o sexto em cobrança de falta aos 48 do segundo tempo contra a Alemanha, levaria o Uruguai à prorrogação na disputa pelo terceiro lugar.

Na Copa das zebras, a final só poderia ter sido inédita e ter tido um campeão inédito, mas longe de ser uma zebra. A Fúria finalmente chegou lá e não morreu na praia, venceu a Holanda por 1x0, na prorrogação, deixando a Laranja com seu terceiro vice-campeonato na história.

A África do Sul se provou capaz de sediar um Mundial, apesar dos pesares, reclamações e limitações. Todos temem que alguns dos estádios se tornem “elefantes brancos” e não sejam usados nunca mais, como algumas instalações do Pan-2007, do Brasil. O trânsito e a falta de segurança ficaram em destaque e devem ser usadas como lição para a próxima Copa, a ser realizada em terras brasileiras.

No entanto, valeu a alegria do povo africano, que com suas vuvuzelas, contagiou o mundo e muitos dos jornalistas presentes no país. É tempo de fazer projeções para 2014, pensar e relembrar aquilo que passou na história do recente título espanhol. Abaixo, um pequeno Top5, de gols, defesas e jogos da Copa da África 2010, além de uma seleção do Mundial, com 11 jogadores.

Top 5 Gols:
Siphiwe Tshabalala (África do Sul 1x1 México, Soccer City, Johanesburgo, 11/6)
Em um belíssimo contra-ataque sulafricano, Tshabalala recebe na grande área e bate no ângulo do goleiro Pérez, para marcar o primeiro gol da Copa do Mundo de 2010.


David Villa (Espanha 2x0 Honduras, Ellis Park, Johanesburgo, 21/6)
O artilheiro espanhol passou entre dois defensores de Honduras, invadiu a área, driblou mais um e bateu firme, sem chances para o goleiro Valladares.

Carlos Tévez (Argentina 3x1 México, Soccer City, Johanesburgo, 27/6)
“Carlitos” bate em cima da zaga, pega o próprio rebote, pedala e bate forte de fora da área, para marcar o terceiro da Argentina, jogando um balde de água fria na reação mexicana.

Giovanni Van Bronckhorst (Holanda 3x2 Uruguai, Green Point, Cidade do Cabo, 6/7)
O capitão do time holandês arriscou de fora da área e acertou o ângulo do gol de Muslera. Curiosamente, a bola entrou praticamente no mesmo “lugar” que no gol de Tshabalala, no primeiro jogo da Copa.

Diego Forlán (Uruguai 2x3 Alemanha, Nelson Mandela Bay, Porto Elizabeth, 10/7)
O volante Arévalo Rios foi para o ataque, tabelou com Luís Suárez e tocou para Diego Forlán, que bateu de primeira em um belo voleio, sem chances para Butt, lembrando os lances de Bebeto nos anos 80/90.


Defesas:
Noel Valladares (Chile 1x0 Honduras)
O goleiro hondurenho Valladares impediu que os chilenos aumentassem sua vantagem em um verdadeiro milagre após cabeçada a queima roupa, dentro da pequena área.

Vincent Enyeama (Argentina 1x0 Nigéria)
Enyeama fechou o gol e não deixou Messi e os argentinos saírem do 1x0, com várias defesas importantes durante o jogo.

Luís Suárez (Uruguai 1x1 Gana)
Em lance histórico, o atacante uruguaio Luís Suárez salva o gol da vitória de Gana, com uma defesa em cima da linha e é expulso. Na cobrança de pênalti, Asamoah Gyan acertou o travessão.

Maarten Stekelenburg (Holanda 2x1 Brasil)
Segundo o próprio Stekelenburg, a defesa no chute de Kaká foi uma das mais importantes da carreira e deu forças ao time para vencer a seleção brasileira.

Iker Casillas x2 (Holanda 0x1 Espanha)
Casillas cresceu para cima de Arjen Robben por duas vezes e impediu a vitória holandesa com duas grandes defesas, contribuindo para o primeiro título mundial da história da Fúria. (No vídeo, 1:30 e 2:20)

Jogos (sem descrição, os highlights dizem por si só):
Eslovênia 2x2 Estados Unidos

Eslováquia 3x2 Itália

Alemanha 4x1 Inglaterra

Uruguai 1x1 Gana

Uruguai 2x3 Alemanha

Seleção do Mundial, numa formação 4-4-2 tradicional:
Casillas, Lahm, Piqué, Friedrich, Fucile; Xavi, Iniesta, Forlán, Özil; Müller, Villa.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Folga é sinônimo de prognóstico

Dias 3 e 4 de julho de 2010, quarta e quinta-feira, são dois dias de hiato nos campos da África do Sul. Com as quartas de final definidas e prometendo bons jogos, é tempo de prognósticos! Estatísticas! Retrospecto!

Nestes dois dias, dados, números, vitórias, derrotas, empates, gols e afins fazem parte da pauta do jornalismo esportivo brasileiro. O histórico está em cena, para o terror de treinadores e jogadores, que apenas escapam dos números em suas entrevistas coletivas e dizem que o que vale é o presente - os jogos não têm favorito, nem num Brasil x Coreia do Norte, por exemplo.

Direto e reto, o primeiro confronto das quartas de final será Brasil x Holanda, sexta-feira, 11h, em Port Elizabeth. Os dois times se enfrentarão pela quarta vez em uma Copa do Mundo. Em 1974, a Holanda venceu por 2x0, em 1994, deu Brasil 3x2 e em 1998, após um dramático 1x1 no tempo normal, com Zé Carlos na lateral direita, vitória brasileira nos pênaltis.

O time laranja quer vingança, segundo o atacante Elia, que diz se lembrar perfeitamente da eliminação holandesa em 1998. Coincidentemente, naquele ano, após se enfrentarem, a Holanda perdeu a decisão de 3º e 4º lugares para a Croácia e o Brasil perdeu a final para a França. Desta vez, quem perder diz adeus à África do Sul.

Às 15h30, Uruguai e Gana definem quem será a zebra da vez nas semifinais. O Uruguai é bicampeão mundial, mas não figura entre os quatro melhores de uma Copa do Mundo desde 1970, quando enfrentou justamente o Brasil e perdeu. Já o time de Gana participa de seu segundo Mundial e, se passar pelos uruguaios, corre o risco de ser novamente eliminado pelo Brasil, como em 2006, nas oitavas de final.

O capitão uruguaio Diego Lugano busca a glória e isso só viria com o título, buscado e projetado também por Samuel Inkoom, ala direito e esquerdo de Gana. Se passarem, os ganeses deixam para trás Camarões de 1990 e Senegal de 2002, que também chegaram às quartas de final, melhor resultado do futebol africano nas Copas.

Em confronto sem favoritos, o melhor jogo das quartas de final promete ser o único confronto de campeões da rodada: Alemanha x Argentina. Os alemães eliminaram os campeões de 1966, a Inglaterra, enquanto os argentinos mandaram os fregueses mexicanos de volta para casa novamente, assim como em 2006.

No entanto, é justamente 2006 que a Argentina de Maradona tenta evitar. Na oportunidade, após eliminar os mexicanos, os hermanos cruzaram o caminho dos bávaros e foram para casa mais cedo, após 1x1 no tempo regulamentar e derrota nos pênaltis. A Alemanha foi novamente à prorrogação no próximo jogo e perdeu por 2x0 para a então tetracampeã e agora já eliminada, Itália.

Os dois times tem ataques (muito) fortes, mas um tem uma coisa que o outro não tem. A Alemanha tem uma defesa sólida e a Argentina tem Lionel Messi (defesa sólida, não mesmo). O mundo espera o embate entre os dois times, que acontecerá no sábado, às 11h, na Cidade do Cabo.

Por último, mas não menos importante, talvez o único duelo com favoritos das quartas de final: Paraguai x Espanha, em que paraguaios podem chegar às semifinais pela primeira vez, enquanto os espanhóis podem chegar a esta etapa da Copa pela segunda vez.

David Villa é o artilheiro do mundial e o Paraguai só tomou um gol até agora, da Itália. Com isso, desenhamos o jogo em ataque x defesa, toque de bola x contra-ataque, Villa contra os herdeiros de Gamarra, desempenhando um ótimo papel nesta Copa.

A folga já está acabando, temos menos de 24h até Brasil x Holanda e não houve muita cogitação para que o assunto durante esses dois dias se alterasse para eleições presidenciais ou Fórmula 1 - Dilma fez uma ultrapassagem em Serra e Vettel em Hamilton, mas ninguém parece ligar muito para isso agora.

Até 11/7, inclusive de “folga”, nada mais importa.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Em time que está ganhando, não se mexe

Marcello Lippi e Raymond Domenech foram finalistas da última Copa do Mundo com Itália e França e, ao contrário do que muitos tifosi e supporteurs pediam, os técnicos deixaram alguns grandes jogadores, os chamados “medalhões”, de fora do Mundial e o resultado o mundo inteiro conheceu nesta semana.

“Gli Azzurri” e “Les Bleus”, “os azuis” nas respectivas línguas, não poderão reeditar a final de 2006. Ambas as seleções voltarão para casa mais cedo - a França já voltou – e serão obrigadas a acompanhar o resto da Copa pela Rai e pela TV5.

No caso da Itália, Lippi foi uomo o suficiente para bater no peito e dizer que a culpa é toda dele, pois não soube escalar o time direito. Bela atitude do (ex) treinador italiano, que será substituído por Cesare Prandelli, atual treinador do bom time da Fiorentina.

O treinador campeão do mundo em 2006 deixou de lado algumas peças chave daquela seleção, como Grosso, Materazzi, Totti e Del Piero. Alguns outros, foram convocados mas estrelaram o banco. Foi o caso de Camoranesi e Gattuso – este, começou como titular contra a Eslováquia, em um jogo que a Itália precisava ganhar, vai entender... Já Pirlo e Buffon se machucaram e desfalcaram a seleção parcialmente, enquanto Il Capitano, Fabio Cannavaro, estava em campo, mas não jogando, apenas curtindo a Copa.

Os pobres atacantes Di Natale e Quagliarella, que já jogaram juntos na Udinese, foram colocados em jogo pra valer apenas na última rodada. Di Natale entrou no lugar do quase sempre apagado Gilardino e Quagliarella entrou no segundo tempo, no lugar de Gattuso. Resultado: os dois foram responsáveis pelos três gols italianos do jogo (em um deles, Quagliarella estava impedido).

Já na França, faltou atitude d’homme ao técnico Raymond Domenech. O francês se recusou a cumprimentar o brasileiro Carlos Alberto Parreira, técnico da África do Sul, após a vitória dos Bafana Bafana sobre os Bleus. A acusação de Domenech foi que Parreira havia dito algo do gênero “a França não merecia estar nesta Copa”. E, pelo que o mundo viu, de fato não merecia.

Classificados graças a uma mãozinha de Thierry Henry contra a Irlanda, os franceses quase repetiram a campanha de 2002, quando Zidane e companhia fizeram um ponto e não marcaram nenhum gol em três jogos. A diferença foi que, neste ano, Malouda marcou um gol, contra a África do Sul.

No entanto, Domenech deixou o resposável direto pela classificação francesa para a Copa do Mundo no banco de reservas na maior parte do tempo – Henry atuou no segundo tempo dos jogos contra Uruguai e África do Sul. A aposta do técnico para o ataque titular foi em Govou e Anelka, sendo que Govou mal tocou na bola durante os jogos e Anelka foi cortado, no meio da competição e suas supostas palavras estamparam uma capa histórica do jornal L’Équipe.

Para os segundos tempos, a opção do supersticioso treinador era Gignac, atacante do Toulouse, que serviu como um Afonso Alves na seleção francesa, ou como um Stéphane Guivarc’h, o centroavante que não fazia gols, da França campeã de 1998. Mas Gignac não é o culpado de nada – fez uma boa temporada na Ligue 1, foi artilheiro com 24 gols – o ambiente não estava bom para ninguém na seleção da França.

Com jogadores como Benzema, Nasri e Trézeguet de fora, e sem alguém do calibre de Zidane na equipe, os franceses, mesmo com os badalados Ribéry e Malouda, pouco puderam fazer diante do clima que os assombrava. Restou a eles a volta para casa e a espera pela Copa do Mundo no Brasil de 2014. Se tudo der certo até lá, o técnico será o campeão mundial de 1998, Laurent Blanc.

Portanto, por um Q de insistência e orgulho dos treinadores, Itália e França ficaram na primeira fase da Copa do Mundo de 2010. Vale lembrar que, em 2002, Luís Felipe Scolari bateu o pé até o último minuto e não levou Romário para o Mundial realizado no Japão e na Coreia, do qual o Brasil saiu com a quinta estrela na camiseta. Aliás, muito se falava de Ronaldinho, Ganso e Neymar para este ano e Dunga está na África sem os 3, indo muito bem, obrigado, segundo ele mesmo.

A resposta para as convocações de Dunga e Felipão? Em time que está ganhando, não se mexe!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Empresas visam experiência desde o primeiro emprego

O desemprego é tido como um dos principais problemas no Brasil nos últimos anos e no mês de fevereiro, apesar da taxa ter sido menor do que as expectativas (7,2%, em vez dos 7,7% esperados), não é diferente disso, ainda mais se a faixa etária considerada for de jovens, dos 16 aos 24 anos. Cada vez mais, o mercado de trabalho se torna mais exigente e as empresas pedem mais pré-requisitos e diferenciais, como o inglês fluente obrigatório e o conhecimento desejável em certos programas de computador.

Segundo o estagiário em jornalismo Gabriel Nunes, 20, as empresas usam como primeiro filtro nos currículos a experiência na área ou períodos mais avançados na faculdade, mesmo para um suposto primeiro emprego. O estudante retrata que em alguns processos seletivos dos quais participou os contratados foram pessoas de semestres mais avançados que ele, na época. “Em alguns, nem fui chamado para a entrevista, só pelos filtros iniciais”, ressaltou.

Além do chamado “olho clínico”, outra metodologia muito usada pelas empresas de hoje são as populares dinâmicas de grupo, que consistem em atividades desenvolvidas normalmente para resolução rápida de problemas e criação de soluções inovadoras, para que todos os participantes possam falar em público e expor ideias próprias. Para Gabriel, “as dinâmicas são interessantes, pois acabam com o clima tenso das conversas frente a frente, das entrevistas.”

Já para Thiago Bariani, estagiário recém-contratado por uma empresa do ramo farmacêutico, as dinâmicas tem sua utilidade, sim, mas apenas quando o cargo e as funções a serem realizadas na empresa têm a ver com as atividades desenvolvidas. Para ele, além das dinâmicas, são importantes etapas sobre conhecimentos gerais e específicos sobre os cargos e a sorte também é fundamental, pois, apesar de se saber que as empresas buscam os mais qualificados, nunca se sabe que tipo de perfil é o mais preterido.

Mesmo com opiniões diferentes sobre dinâmicas de grupo, os dois jovens têm um ponto de vista em comum em relação ao que é importante para quem busca o primeiro emprego. Tanto para Gabriel quanto para Thiago, é fundamental que o jovem sempre aumente o leque de conhecimentos com cursos e informação, sempre ressaltando qualidades e pontos fortes. “A dedicação a ser um profissional é um passo para o futuro”, ressalta Thiago.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Ciclo

A data é o dia doze de março do ano de 1988. Nasce Luiz Henrique Ferreira, com descendência portuguesa por parte de pai e indígena por parte de mãe.

Desde cedo - desde os dois anos de idade, para ser mais exato - Luiz já era alguém que gostava de ler. Ainda bem pequeno, foi colocado na escola com os mesmo dois anos de idade e, a partir daí, então, ele sempre foi tido como um bom aluno.

Durante os ensinos fundamental e médio, algumas frustrações ocorreram, como a primeira "recuperação", 5,5 em História, na 6ª série (2000), e o primeiro (e único) zero, em Física, no 2º colegial (2004). Em ambos os casos, houve a volta por cima: a nota nove em História e o primeiro (e único) dez em Física.

Com a ajuda do cursinho, Luiz se descobriu alguém que gostava de gramática, história e geografia. No começo do ano de 2006, a ideia era prestar um vestibular de Matemática. Ideia, esta, que caiu por terra em pouco tempo, com a brilhante alternativa de prestar Letras, movida pela paixão por línguas estrangeiras.

Contrária a esta paixão, estava a aversão às teorias literárias, altamente subjetivas, e aos estudos de linguística, ainda mais subjetivos. Tudo isso se aliou ao fato de a faculdade estar a 434 quilômetros de São Paulo (UNESP, campus Assis), de a cidade ser monótona e praticamente impossível de se arranjar um emprego.

A única coisa interessante eram a leitura e a produção de textos, que motivaram a escolha pelo curso de Jornalismo na volta à Grande São Paulo, para o ano letivo de 2008. As inscrições para a Fuvest já tinham acabado e a Universidade escolhida foi a Anhembi Morumbi, que possui custos não muito acessíveis.

Para ajudar nas mensalidades, Luiz conseguiu um emprego como professor de inglês, antiga paixão. Na passagem de 2009 para 2010, com várias experiências acadêmicas na área de comunicação, como em TV, rádio, webjornalismo e revista, entre outros, e profissionais na bagagem, Luiz procura um estágio na área de Jornalismo.

A data é o dia dois de dezembro do ano de 2009. A empresa é a AES Eletropaulo e o trabalho da vez é uma autobiografia, que começa em doze de março, de 1988, quando nasce Luiz Henrique Ferreira...